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Capital

Família de empresário vai cobrar indenização de emplacadora de carro

Renan Nucci | 01/07/2014 09:53
Oton Nasser, advogado da família do empresário morto. (Foto: Divulgação)
Oton Nasser, advogado da família do empresário morto. (Foto: Divulgação)

O advogado da família do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, morto aos 32 anos por uma quadrilha no dia 1º de abril deste ano, Oton Nasser, afirmou que vai mover ação de indenização por danos morais e materiais contra a empresa Íons Comércio, até então terceirizada pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e responsável por colocar as placas falsificadas no Volkswagen Golf prata que foi roubado da vítima.

O processo sobre a execução do empresário, ocorrida há três meses, segue parado na 5ª Vara Criminal de Campo Grande. A Justiça aceitou a denúncia e no momento, aguarda a manifestação da defesa dos réus. Como são vários acusados, o tempo de espera pode ser longo.

Segundo as investigações da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), o funcionário da Íons, Luiz Fernando Flores Valenzuela, 27, foi quem forneceu a placa NRP-0011, de Ponta Porã , que "legalizou" o carro da vítima. Ele foi preso e na oportunidade, a empresa afirmou que o pedido da referida placa não constava nos registros.

“A empresa beneficiou os criminosos ao fornecer a placa para o carro de Erlon. Por este motivo estamos movendo uma ação na vara cível. O material deve ser apresentado à Justiça ainda nesta semana”, disse Nasser lembrando que cabe ação penal. “Tive acesso à cópia do processo e constatei que existe tal possibilidade”.

O funileiro Ataíde Pereira dos Santos, que pintou o carro roubado de branco, foi indiciado por receptação. Ele chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 2.896. O homem negou conhecer o crime.

Família despedaçada – Erlon era casado há 12 anos e tinha dois filhos com idades entre oito e dez anos. Além da esposa, pais e um irmão do empresário moram na Capital. Nasser afirma que após o fato, a família ficou emocionalmente despedaçada. “Estão todos arrasados e inconformados com a crueldade como os bandidos agiram. Por causa disso, os filhos de Erlon têm acompanhamento psicológico”, disse.

Os réus estão presos enquanto aguardam o andamento do processo. “Eles são pessoas perigosas e não têm condições de conviverem em sociedade, em liberdade enquanto aguardam a Justiça. Fico preocupado com o perigo que mentes cruéis como estas podem oferecer".

“Nenhum dinheiro vai trazer à família a mesma satisfação que a presença dele trazia. Parentes e amigos confiam na Justiça e acreditam que os bandidos vão receber pena máxima”, concluiu.

Delegada da Defurv, Maria de Lourde Cano, apresenta provas durante coletiva de imprensa no dia 29 de abril. (Foto: Marcelo Victor)
Delegada da Defurv, Maria de Lourde Cano, apresenta provas durante coletiva de imprensa no dia 29 de abril. (Foto: Marcelo Victor)

Crime – Segundo inquérito concluído pela Defurv, Thiago Henrique Ribeiro, de 21 anos, marcou encontro com Erlon na rotatória da Avenida Interlagos com a Avenida Gury Marques, no Bairro Doutor Albuquerque, na saída para São Paulo. Ele queria comprar o Golf anunciado pela vítima, e a convenceu a levar o carro até a casa onde ocorreu o latrocínio, no São Jorge da Lagoa.

Na residência, Erlon se encontrou com Rafael Diogo, o Tartaruga, 24, e a adolescente de 17 anos. Ele ficou aguardando um parecer dos bandidos que queriam comprar o veículo por R$ 38 mil. Thiago entrou na casa, pegou um revólver e atirou na nuca da vítima que não teve tempo de reagir.

Ainda vivo, o empresário teve o corpo enterrado em uma fossa de 4,5 metros, no quintal do imóvel. O buraco foi coberto com terra, entulho e restos de vegetação. Dias depois, vizinhos sentiram o odor vindo da fosse descoberta e acionaram a polícia. Todos os acusados foram encontrados e presos.

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