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Capital

Família de menino morto sob suspeita de intoxicação vai processar hospital

Menino de 3 anos morreu 1 hora depois de traqueostomia, mas mãe relata descaso no atendimento

Ana Paula Chuva | 29/08/2021 09:58
Menino foi atendido no Hospital Infantil São Lucas na Capital. (Foto: Bruna Marques | Arquivo)
Menino foi atendido no Hospital Infantil São Lucas na Capital. (Foto: Bruna Marques | Arquivo)

A família do menino que morreu sob suspeita de intoxicação alimentar, anunciou que vai processar o Hospital São Lucas, em Campo Grande, onde a criança foi atendida. A mãe não quis dar entrevista, mas em desabafo nas redes sociais, reclamou da demora de 3 horas até o atendimento e garante que houve descaso dos profissionais que receberam a criança.

Em comentários feitos pela mulher de 31 anos, o relato é de uma verdadeira "via sacra" para atendimento do menino de 3 anos na emergência do hospital, com momentos de falta de medicação e, inclusive, luz.

"Fomos atendidos em uma emergência. Médico fez Raio-X, indicou sinusite e passou inalação com adrenalina. Após isso saiu do plantão, sem ao menos indicar algo ou atender meu filho, que continuava com falta de ar", diz parte do texto.

Minutos após o 1º atendimento, a mãe conta que correu para a recepção para saber do profissional que tinha atendido o menino, mas foi informada que precisaria passar novamente a carteirinha do plano de saúde, já que o médico tinha saído do plantão e outro continuaria com o atendimento.

"Só queriam dinheiro. Após eu fazer um barraco, outro médico atendeu ele. Chegamos 12h e fomos atendidos por volta das 15h. Não fomos para outro hospital, porque tínhamos medo que algo acontecesse no caminho e/ou demorasse para fazerem outra triagem. Quando por fim o médico viu que era sério, começou a chamar todo mundo e colocar oxigênio e mais adrenalina", continua o comentário da mulher.

Depois disso, ela ainda conta que o médico pediu para enfermeira medicar a criança e a profissional informou que o medicamento estava em falta. Foi feito então, o pedido para subir o paciente para outro quarto com maior suporte, só que não haviam luzes no local.

Parte do comentário feito pela mãe em uma rede social. (Foto: Reprodução)
Parte do comentário feito pela mãe em uma rede social. (Foto: Reprodução)

"Ele queria subir para outro quarto com suporte, mas a enfermeira disse que não enxergava e lá em cima não havia luzes. Ela sangrou meu filho todo tentando tirar sangue. A saturação dele estava boa, mas assustaram ele tentando furar a perna para por remédio, foi quando a respiração que já era quase nada fez com que ele tivesse ânsia para vomitar e a garganta trancou ai houve a parada cardíaca", termina o comentário a mulher.

Em outro comentário, ela ainda continua dizendo que só fizeram exames no menino após 3 horas da entrada no local e que ainda o hospital não teve nenhum cuidado para acalmá-lo enquanto era atendido.

"Assustaram meu filho, não tiveram cuidado de acalmá-lo enquanto ele se esforçava para viver. Houve sim uma bactéria gravíssima, mas as circunstâncias e o despreparo e descaso total agravou muito o quadro. Estávamos lá vendo meu filho lutar pela vida (...) iremos entrar com as medidas cabíveis para que o hospital se responsabilize pela dor prolongada, pelo nosso sofrimento e angústia de ouvir que não tinham estrutura e por omitirem socorro rápido", finaliza o desabafo.

A morte -  O menino morreu na quarta-feira (25), após ser levado para o Hospital. Ainda de acordo com a apuração, o menino acordou com vomito e febre, sendo levado para atendimento no meio da tarde, o quadro se agravou rapidamente e no início da noite, ele precisou passar por traqueostomia.

A causa da morte, ainda é mistério para a família. Mas conforme apurou o Campo Grande News, há cerca de 15 dias, o menino teve um episódio de reação alérgica após ingerir mortadela. Por isso, possibilidades de alergia ou intoxicação alimentar são investigadas.

Na ocasião, o Hospital informou que não comentária sobre o caso, posição que manteve na manhã deste domingo (29), quando foi procurado por telefone para comentar sobre o possível processo por parte da família.

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