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Capital

Familiares de jovem morto em acidente na Ceará pedem Justiça

Grupo realizou panfletagem no cruzamento do acidente que resultou na morte de Moisés

Liniker Ribeiro e Mirian Machado | 10/06/2018 12:05
Irmão de Moisés ao lado de familiares e amigos da vítima (Foto: Mirian Machado)
Irmão de Moisés ao lado de familiares e amigos da vítima (Foto: Mirian Machado)

Familiares e amigos do jovem Moisés Luis da Silva Oliveira, de 22 anos, que morreu após ser atropelado por um veículo Up, na madrugada do dia 26 de abril, se reuniram na manhã deste domingo (10) para realizar uma ação de conscientização aos motoristas. O movimento aconteceu no cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Euclides da Cunha, no bairro Santa Fé, o mesmo local do acidente.

Com cartazes e camisetas com a foto de Moisés, o grupo distribuiu panfletos no semáforo com mensagens de conscientização e também de apelo para que haja rapidez no processo da morte do jovem. Para a família, o caso não está sendo tratado com Justiça."Pra Justiça, meu irmão é só mais uma estatística, mas para nós não", afirmou Felipe Luis da Silva Oliveira.

A mensagem distribuída alerta para a imprudência no trânsito e para o fato de inúmeras pessoas perderam a vida por conta disso. "Não queremos que outras pessoas tenham seus sonhos destruídos", declarou ainda o familiar.

O grupo também aproveitou para chamar atenção ao modo como o caso tem sido tratado pela Justiça. Para os familiares, o fato do condutor do veículo ter sido solto após pagamento de fiança estipulada na audiência de custódia, não levou em consideração diversos fatores.

"Teve omissão de socorro, embriaguez, mas mesmo assim estipularam uma fiança insignificante", afirmou Luis. Entre os pedidos da família, também está que o caso passe a ser julgado como homicídio doloso e não culposo, como atualmente.

"A lei só é cobrada aos pobres. Meu sobrinho morava com a mãe, de aluguel, e tinha o sonho de comprar uma casa para família, mas ninguém leva em conta isso", relatou Rosana Silva, tia da vítima. Para ela, ainda falta conscientização no trânsito por parte dos motoristas. "No tempo que estamos aqui, vimos vários carros passando no vermelho e em alta velocidade".

Convidados - Familiares de outras pessoas que morreram em acidentes de trânsito também participaram da ação, como a Maria Auxiliadora Batista Albuquerque, mãe da advogada Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, que morreu após o carro que conduzia ser atingido por outro veículo na madrugada do dia 2 de novembro, na Avenida Afonso Pena.

"Vim participar porque é muito importante essa união. Unidos nos fortalecemos", afirmou Maria. A familiar também aguarda o processo que investiga a morte da filha e declarou que espera que os argumentos da defesa do motorista envolvido no acidente não interfiram no processo. "Eles tentam culpar ela de toda forma e que a defesa faz isso, abre uma ferida em meu coração".

A mãe de carolina se referiu ao laudo da perícia do acidente que aponta que a jovem pagou R$ 42,90 com o cartão de débito da mãe para o consumo de um chopp de 500 ml, um lanche e um suco de laranja horas antes de deixar um bar na Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

O pagamento do consumo foi registrado pelo bar às 20h23 do dia 1º de novembro do ano passado. A colisão com a caminhonete guiada pelo estudante João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 23 anos, que estava em torno de 160 km/h na avenida Afonso Pena, ocorreu por volta de meia-noite. O filho da jovem, na época com 3 anos e 8 meses, ficou ferido e não foi socorrido pelo motorista. Ambos os casos seguem sendo apurados.

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