Famílias invadem casas, PM e Guarda estão de "plantão" para evitar conflito
Cerca de 50 famílias invadiram casas do Residencial Celina Jallad, no Bairro Portal Caiobá, no domingo (30). Para evitar conflito entre os invasores e moradores inscritos na Emha (Agência Municipal de Habitação), a Polícia Militar e a Guarda Municipal estão de plantão no local e fazem rondas.
Conforme um policial militar, que preferiu não ser identificado, uma viatura faz as diligências 24h. Quando uma equipe sai às 18h, outra entra no expediente da madrugada até o amanhecer, ou seja, momento propício para os invasores arrombarem os imóveis.
“Já encontramos diversas famílias reclamando que tiveram as casas invadidas. Na maioria das vezes o morador e o invasor entram em diálogo e conseguem resolver o impasse, mas estamos aqui caso aconteça algum conflito entre as partes. Isso aqui é um barril de pólvora, que a qualquer momento pode explodir”, explicou o militar.
Como aconteceu na casa da secretaria Luzia Felipe Oliveira, 40 anos. Ela não havia se mudado por conta de problemas na encanação e na fiação elétrica, mas quando chegou pela manhã desta segunda-feira para visitar o imóvel, encontrou dois jovens dormindo em um colchão no chão.

“Eles arrombaram a casa e entraram. Roubaram torneira, lâmpadas e quando cheguei encontrei eles dormindo no colchão. A casa estava liberada para eu me mudar desde sexta-feira, mas os técnicos ainda precisavam fazer ajustes, por isso só vim hoje”, comentou Luzia.
Marido de Luzia, o operador de máquina Ivan Cartides, 41, disse que por pouco o fato não terminou em confusão. “Os rapazes eram bem agressivos e nós discutimos. Só foram embora porque coloquei fogo nas coisas deles. Somos inscritos na Emha há 15 anos, o processo para a compra da casa demorou, houve muita burocracia e agora que conseguimos a gente encontra outras pessoas dentro da casa que é nossa. Um absurdo”, destacou.
A ajudante de cozinha Kátia Cilene, 36, ainda não se mudou para o residencial, porque também houve um problema na fiação elétrica. Ela teme que a residência também seja invadida. “Estou com medo porque arrombaram a casa da mulher que mora ao lado. Sempre vou lá para dar uma olhada, mas corro o risco de perder a casa, e não posso porque tenho um filho especial e preciso da moradia”, finalizou.
O Campo Grande News entrou em contato com a Emha, nesta noite, para obter um posicionamento sobre o fato, mas as ligações não foram atendidas.