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Capital

Fazendeiros e índios têm encontro hoje para tentar acordo na Justiça Federal

Aline dos Santos | 29/05/2013 08:45
Terenas invadiram fazenda Buriti desde o dia 15 de maio.  (Foto: Vanderlei Aparecido)
Terenas invadiram fazenda Buriti desde o dia 15 de maio. (Foto: Vanderlei Aparecido)

A Justiça Federal faz audiência hoje de tentativa de conciliação com fazendeiros e os índios que invadiram propriedades rurais em Sidrolândia. As fazendas foram ocupadas pelos terenas desde 15 de maio. No mesmo dia, saiu uma decisão para que os índios deixassem os locais. Mas a reintegração não foi cumprida e a decisão acabou suspensa até hoje, data da audiência.

O dia da audiência também foi definido pelos índios como marco para que o fazendeiro Ricardo Bacha retire 350 cabeças de gado da fazenda Buriti. “A expectativa é que se produza algum ato, algo que resolva a situação. Estamos bastante esperançosos”, afirma o advogado Newley Amarilha. De acordo com ele, o magistrado pode propor um acordo.

Uma comissão com quatro terenas virá a Campo Grande para a reunião. A audiência será realizada às 13h30, na 1ª Vara da Justiça Federal. Bacha denuncia que a sede da fazenda foi invadida no dia 18 de maio. “Soltaram bombas e rojões, cortaram a energia elétrica, arrombaram a porta”, contou Ricardo Bacha na tribuna da Assembleia Legislativa.

Após o discurso, ele foi escoltado por deputados estaduais até as imediações da fazenda. Na ocasião, os índios prorrogaram para hoje o prazo de retirada dos bois.

Em nota, a PF (Polícia Federal), declarou que “comissão formada por representantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, após vistoria, constatou que o prédio sede da fazenda Buriti não foi invadido, saqueado ou depredado”. Na ocasião, a imprensa não teve acesso à fazenda. Os índios estavam com porretes, facões e encapuzados.

Índios terenas ocupam desde maio de 2011, a fazenda 3R, também da família Bacha. A série de ocupações é parte da reivindicação dos 17 mil hectares da aldeia Buriti que estão na posse de fazendeiros e que foram identificados em 2011 como terras indígenas. Atualmente, cerca de cinco mil índios vivem em apenas 2,1 mil hectares.

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