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Capital

"Fez com o Hudson, pode fazer com outro", diz mãe de entregador morto atropelado

Familiares pedem celeridade para encontrar carro que atingiu motoentregador na Rua Antônio Maria Coelho

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 25/03/2024 10:55
"Fez com o Hudson, pode fazer com outro", diz mãe de entregador morto atropelado
Familiares e amigos durante velório de motoentregador. (Foto: Marcos Maluf)

"Da mesma forma que fez com o Hudson, pode fazer com outro e destruir mais famílias, como destruiu a minha". A frase vem em meio a lágrimas e um único pedido: justiça pela morte do motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, de 39 anos, atingido por um carro na Rua Antônio Maria Coelho, região central de Campo Grande.

A despedida de Hudson foi no Cemitério Memorial Park, localizado no Bairro Universitário, e o enterro no fim da manhã desta segunda-feira (25). Além de familiares e amigos, outros motoentregadores, colegas de Hudson, acompanharam o funeral.

O acidente que aconteceu na noite da última sexta-feira, 22 de março, ficará na memória da mãe, Raimunda de Oliveira, de 66 anos. Emocionada, descreveu o filho como um homem que ajudava a todos. "As pessoas dizem que depois que morre todo mundo fica bonzinho, mas essa beleza foi em vida. Ele era um filho maravilhoso e fazia tudo para ajudar as pessoas. Aqui hoje estão os motoentregadores que são testemunhas disso, vieram pessoas de todos os setores onde ele pegava as entregas".

"Fez com o Hudson, pode fazer com outro", diz mãe de entregador morto atropelado
Raimunda, mãe de Hudson, enquanto conversava com a reportagem. (Foto: Marcos Maluf)

Agora, a família pede justiça e celeridade na investigação. "Cumpriu a missão dele, mas queremos justiça, para que as autoridades investiguem e prendam o motorista que matou meu filho. Ele fugiu e não prestou socorro", lamenta a mãe.

O irmão mais novo de Hudson, Jackson de Oliveira Ferreira, de 36 anos, falou sobre a garra do motoentregador. "Era muito trabalhador, dia e noite fazia as entregas e nunca tinha sofrido nem um acidente", conta. O irmão disse que na data do ocorrido, Hudson chegou a ligar para a esposa, dizendo que "um cara tinha batido nele", mas ainda estava consciente.

"Fez com o Hudson, pode fazer com outro", diz mãe de entregador morto atropelado
Jackson, enquanto era entrevistado pela reportagem durante velório. (Foto: Marcos Maluf)

"Quando ela [esposa] chegou, ele ainda estava consciente. Já próximo da Santa Casa, foi perdendo a consciência porque a artéria da perna tinha sido rompida e perdeu muito sangue", conta Jackson. Assim que deu entrada no hospital, Hudson foi sedado e intubado. "Precisou de transfusão de cinco bolsas de sangue, mas não reagiu e faleceu ontem de manhã", lamenta o irmão.

Hudson deixou quatro filhos e quatro enteados.

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