Filipe viaja para “brincar na neve” e se consultar com especialista dos EUA
Família vai primeiro para Brasília e depois para os Estados Unidos, com expectativa de dar início ao tratamento contra doença rara
O menino Filipe, de 3 anos, embarcou hoje para Brasília, de onde deve seguir, amanhã, para Boston, nos Estados Unidos, com uma expectativa principal: brincar na neve do inverno norte-americano. Assim, com os olhos da infância, ele enxerga a viagem que, para os pais, representa a esperança de “solução”, como disseram, para a doença que o menino tem, a histiocitiose de células Langer Hans.
A viagem aos Estados Unidos, que ainda depende da concessão do visto pela Embaixada daquele País, será para uma consulta com a equipe médica que pesquisa o uso do remédio Clorafabine, usado para leucemia, para o tratatamento da doença de Filipe. O medicamento tem sido usado em pacientes dessa enfermidade com resultados positivos.
Filipe embarcou com a mãe, o pai, e o irmão. O voo era para ter saído às 7h50, mas atrasou e só deixou o Aeroporto Internacional às 12h50.
Pouco antes da partida, Filipe fez uma refeição, que tinha pão de queijo, melancia e doce de abóbora. Já conhecido por causa das várias matérias sobre a batalha da família para conseguir o tratamento, ele inspirou curiosidade e solidariedade de quem estava no local, com manifestações de boa sorte no tratamento.
Amanhã, está marcada a entrevista para a concessão do visto em regime de urgência na Embaixada. À noite, eles já tem passagem comprada para os Estados Unidos, uma viagem de mais de 14h.
“O Filipe está muito animado, ele encara a viagem como um passeio, embora saiba que é para fazer tratamento”, afirma o pai, o professor de Educação Física Guilherme Wolff. Eles vão ficar na casa de uma brasileira que vive nos Estados Unidos e que, ao saber da história do menino, se ofereceu para abrigá-los.
Para fazer a viagem, a família contou com doações de amigos e as que foram feitas ao site criado para ajudar Filipe a conseguir o tratamento, estimado em mais de R$ 150 mil, só para as 30 doses do Clorafabine que o menino precisa.
Dez doses foram importadas, graças à doação do pecuarista Antônio Moraes. Segundo o pai de Guilherme, já estão em São Paulo. As outras 20 deverão ser fornecidas pelo Ministério da Saúde, conforme decisão judicial, que tem prazo de 60 dias para ser cumprida.