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Capital

Fim gradativo do Cempe deixa funcionários e usuários "perdidos"

Alan Diógenes | 26/11/2015 19:20
Mães ainda procuram atendimento e se revoltam com fechamento da unidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Mães ainda procuram atendimento e se revoltam com fechamento da unidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Cenário no local é de abandono e salas de esperas vazias. (Foto: Marcos Ermínio)
Cenário no local é de abandono e salas de esperas vazias. (Foto: Marcos Ermínio)

O anúncio feito pela Prefeitura Municipal, no dia 14 do mês passado, de que o Cempe (Centro Municipal Pediátrico) seria fechado em 60 dias, não foi bem interpretado nem por funcionários da unidade e nem pela população. Faltando 17 dias para encerrar o prazo, o atendimento está gradativamente acabando, mas usuários continuam indo ao local. Quem trabalha por lá também não sabe dizer qual será o real destino do centro.

Na tarde desta quinta-feira (26), uma funcionária, que pediu para não ser identificada, disse que não houve atendimento porque os médicos já começaram a deixar de atender. “Assim como vocês, também só sabemos que irá fechar. Quem chega aqui está sendo orientando a procurar às UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)”, explicou.

A servidora também revelou que os funcionários do centro ficam apenas cumprindo expediente, porque atendimento mesmo, não está havendo, apenas orientações aos pacientes. “Também não sabemos se vamos ser transferidos de unidade”, comentou.

A cozinheira Adriana Damasceno Costa, 36, chegou às 16h com a sobrinha de 9 anos para ter atendimento com um psicólogo. Saiu da sala do especialista depois de meia hora sem conseguir a consulta.

“A psicóloga disse que o hospital está sendo fechado por etapas e atendimento só em janeiro, quando eles irão se mudar para um novo prédio. Olha, uma situação drástica e um descaso com o povo”, apontou Adriana.

A urgência e emergência pediátrica está sendo concentrada, desde o aviso, nas UPAS Coronel Antonino e Vila Almeida, sendo ampliada para o período da manhã e à tarde na UPA Universitária onde hoje só há pediatras no período noturno por falta de profissionais.

Em entrevista anterior ao Campo Grande News, Cristiano Lara, diretor do Centro, informou que a unidade voltará a sua sede antiga na Vila Margarida, mas provisoriamente. Mudará de sede novamente, voltando ao centro da cidade, quando forem concluídas as reformas e adaptações num prédio (pertencente ao município), onde além das especialistas pediátricas, funcionará em regime 24 horas CAPS Infantil com quatro leitos de observação.

Ele garantiu que a população não será prejudicada com o fechamento do Centro. "Em 2013, foram computados 26 mil atendimentos de urgência e emergência pediátrica, ano passado, caiu para 22 mil", concluiu.

O Campo Grande News entrou em contato com secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta matéria.

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