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Capital

Fiscais cobram R$ 150 de clandestinos em terminais, denunciam ambulantes

Denúncia de esquema de propinas para que não cadastrados pela Agetran possam trabalhar é investigada pelo MPMS

Anahi Zurutuza | 08/11/2018 10:25
Vendedora expõe artesanato no terminal Hércules Maymone (Foto: Anahi Gurgel/Arquivo)
Vendedora expõe artesanato no terminal Hércules Maymone (Foto: Anahi Gurgel/Arquivo)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) investiga suposto esquema de pagamento de propina para que fiscais da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) façam “vista grossa” para a presença de vendedores clandestinos nos terminais de ônibus de Campo Grande. A denúncia foi feita por duas ambulantes que trabalha com autorização.

Neide Rosa das Virgens, presidente da Associação Campo-grandense dos Vendedores Ambulantes dos Terminais de Transbordo, e Cleonir Teixeira da Rosa, permissionária, procuraram o MPMS em maio deste ano.

Elas denunciam falhas na fiscalização, que seria esporadica, e também entregaram ao promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, prints de um grupo de WhatsApp utilizado pelos clandestinos para avisar sobre a presença de fiscais nas plataformas de embarque e desembarque de passageiros.

Numa das conversas, está o comentário sobre a cobrança de propina. Os interlocutores diz que “o povo paga R$ 150 para eles [fiscais]”, sem citar a periodicidade dos pagamentos.

Print de conversa onde clandestinos avisam sobre fiscalização (Foto: Reprodução)
Print de conversa onde clandestinos avisam sobre fiscalização (Foto: Reprodução)
Conversa sobre suposta cobrança de propina (Foto: Reprodução)
Conversa sobre suposta cobrança de propina (Foto: Reprodução)

O promotor já ouviu as denunciantes e pediu à Agetran os nomes dos servidores que trabalham neste tipo de fiscalização. São 13 no total, conforme ofício enviado pela agência à promotoria.

Lapa Ferri também pediu à Delegacia-Geral da Polícia Civil determine a instauração de inquérito policial.

Sistema – Campo Grande tem oito terminais de transbordo – Moreninhas, Guaicurus, Morenão, Hércules Maymone, Nova Bahia, General Osório, Bandeirantes, Aero Rancho e Júlio de Castilhos – e neles, 135 vendedores podem trabalhar na venda de salgados, doces, capinhas para celular, meias, guarda-chuvas, eletrônicos, dentre outros produtos. Nas plataformas, também funcionam cantinas cujo direito à exploração dos espaços é adquirido por meio de licitação.

Desde janeiro do ano passado, só é permitida e entrada dos ambulantes cadastrados pela Agetran. As 135 vagas para titulares e suplentes foram sorteadas.

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirma que se ficar comprovado esquema de propinas, “a punição será automática”.

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