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Capital

Foragido teria sido morto por amigo de infância, após ameaçá-lo de morte

Suspeito foi identificado como sendo Ruinei de Arruda; avó dele diz que vítima passou a ameaçá-lo há cerca de 15 dias

Silvia Frias e Clayton Neves | 29/06/2019 09:44
No meio-fio, marcas de sangue onde Frank Johnny sentou após correr cerca de quatro quadras (Foto: Kisie Ainoã)
No meio-fio, marcas de sangue onde Frank Johnny sentou após correr cerca de quatro quadras (Foto: Kisie Ainoã)

Frank Johnny de Oliveira Rios, 25 anos, teria sido morto por desavença com vizinho que conhecia desde criança e que teria “tomado as dores” por causa de briga da vítima com um amigo. A motivação do crime foi relatada pela avó do suspeito, identificado como Ruinei de Arruda, 18 anos.

As famílias dos dois moram no bairro Aero Rancho há anos. A auxiliar de serviços gerais, Elizete de Arruda, 52 anos, avó de Ruinei, disse os dois se conheciam desde a infância e nunca tiveram problemas, porém, a desavença que culminou no crime começou há 15 dias.

Segundo Elizete, Frank Johnny teria bebido e brigado com amigo de Ruinei. “Meu neto tomou as dores, foi para cima dele e acabaram brigando”, contou. A partir daí, a vítima, de acordo com ela, teria passado a ameaçar Ruinei.

Elizete conta que o rapaz teria mandado mensagens via WhatsApp dizendo que “ia dar monte de tiro” no neto dela e ainda ameaçou familiares. “Ele passava na frente da casa, gritando, provocando o tempo todo”.

Ontem, na noite do crime, as ameaças se repetiram. Frank foi até a casa da sogra de Ruinei, onde ele mora com a namorada e começou a gritar.

Elizete diz que Ruinei saiu de casa e chamou Frank e atirou quatro vezes. Os disparos atingiram a vítima no rosto, tórax e dois no braço.

Segundo relato de testemunhas, Frank Johnny correu cerca de quatro quadras até sentar no meio-fio, próximo da segunda entrada do Parque Ayrton Senna. Ele foi socorrido, levado às UPAs Coophavila e Aero Rancho, até ser transferido para Santa Casa, onde morreu durante atendimento.

Elizete disse que não sabe onde o neto arranjou a arma, mas diz que, provavelmente, foi depois das ameaças. “Nunca imagine que meu neto faria isso, ele acabou com a vida dele”, disse.

Segundo ela, o rapaz já havia se alistado e estava ansioso em se apresentar ao serviço militar. A tia dele, Taíne Arruda, 21 anos, disse que “se ele não matasse, o outro ia matar ele”. A família diz que o rapaz fugiu depois de atirar e ainda pretende se apresentar à polícia.

Frank estava foragido do Centro Penal Agro-Industrial Gameleira desde o dia 29 de maio. Conforme o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, José Roberto, a vítima tinha passagem por furto, porte de arma, roubo a mão armada e tentativa de homicídio.

O delegado ainda informou que a maioria dos crimes foi cometido quando a vítima tinha menos de 18 anos.

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