Funcionário de “loteria” e foragido são presos, um em endereço ligado a vereador
Operação apura a extorsão contra o antigo proprietário do imóvel que abrigava arsenal
Benevides Cândido Pereira voltou a ser preso na quinta fase da operação Omertà, deflagrada nesta quarta-feira (dia 7). Funcionário de empresa de capitalização de Jamil Name ele também foi alvo da etapa 3 da ação, realizada em 18 de junho. Mas, no dia seguinte, obteve liberdade em decisão do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
De acordo com a delegada Daniella Kades, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos Assaltos e Sequestros), Benevides era monitorado por tornozeleira eletrônica e foi preso no Jardim Bonança, em Campo Grande.
No mesmo bairro, um imóvel do vereador Ademir Santana (PSDB) foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ao todo, ele tem três imóveis – duas casas e uma chácara. Num dos locais, foi preso uma pessoa com mandado de prisão em aberto, que será levada para o Garras.
A reportagem acompanhou o cumprimento do mandado na casa em nome do vereador no Jardim Bonança e o filho dele, em passagem pelo local, disse que ele não mora no bairro há oito anos.
Nesta etapa, a Omertà, também liderada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), apura a extorsão contra o antigo proprietário do imóvel, no bairro Monte Líbano, onde foi apreendido arsenal em maio de 2019.
O flagrante foi o fio condutor que levou às prisões dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, apontados como líderes de organização criminosa. Eles tiveram nova prisão decretada.
No mês de outubro de 2019, o empresário José Carlos de Oliveira foi ouvido por delegados do Garras e relatou que entregou o imóvel sob ameaça de morte após uma série de empréstimo obtido com Name que se tornou impagável.
A defesa de Benevides informa que não teve acesso à decisão. “Ainda não posso me manifestar”, afirma o advogado Wellyngton Ramos Figueira. A reportagem não conseguiu contato com o vereador.