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Capital

Ação pede bloqueio de R$ 7 milhões dos Name para ressarcir vítima de extorsão

É a primeira investida direta contra o que a investigação chama de capital ilícito da organização criminosa

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 07/10/2020 08:34
Movimentação de agentes do Gaeco na sede do Garras, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami) 
Movimentação de agentes do Gaeco na sede do Garras, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Além de mandados de prisão e busca, a quinta fase da Omertà, deflagrada nesta terça-feira (7) e batizada da Snowball, quer o bloqueio de bens dos Name. O pedido da força-tarefa, liderada pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), é para sequestrar R$ 7 milhões de Jamil Name, de 81 anos, e do filho, Jamilzinho.

É a primeira investida direta contra o que a investigação chama de capital ilícito da organização criminosa. Na quarta fase da Omertà, a Operação Black Cat, agiu indiretamente, fechando bancas de apostas do jogo do bicho em Campo Grande, para a força-tarefa, uma das fontes de renda do grupo.

Empresário se emocionou em vários momentos ao dar entrevista, em outubro do ano passado, depois de depoimento na polícia (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Empresário se emocionou em vários momentos ao dar entrevista, em outubro do ano passado, depois de depoimento na polícia (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O objetivo do bloqueio de bens, conforme apurou o Campo Grande News, é garantir futuro ressarcimento ao empresário José Carlos de Oliveira, ex-proprietário de imóvel no Bairro Monte Líbano onde foi apreendido arsenal de guerra, o estopim operação Omertà.

Em outubro do ano passado, em depoimento ao Garras, ele revelou como conheceu a família Name, como se endividou e “perdeu” dois imóveis para os acusados de liderar milícia armada atuante em Campo Grande. Para a força-tarefa, José Carlos é vítima de extorsão, pois narra ter entregado a residência sob ameaça de morte.

Fio da meada – Para a investigação, o paiol da organização criminosa ficava na casa localizada na Rua José Luís Pereira, no Monte Líbano, e foi descoberto no dia 19 de maio, após a prisão de Marcelo Rios, até então guarda municipal. Flagrado com carregador de pistola com capacidade para 30 munições, ele levou policiais do Garras e a três endereços, um deles a casa onde policiais encontraram fuzis, pistolas e silenciadores.

No local, foram apreendidos dois fuzis modelo AK 47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e muita munição.

Todas as armas estavam em municiadas e prontas para uso. Além disso, foram encontrados silenciadores, lunetas, e bloqueadores de sinal eletromagnético – aparelho capaz de invalidar o monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Em depoimento, Marcelo revelou trabalhar para o empresário Jamil Name, como segurança particular. E, a partir daí, o Garras começou a investiga uma série de execuções na Capital, até a deflagração da primeira fase da Omertà, que prendeu os Name, no dia 27 de setembro do ano passado.

Arsenal apreendido durante operação do Garras na tarde do dia 19 de maio de 2019 (Foto: Divulgação)  
Arsenal apreendido durante operação do Garras na tarde do dia 19 de maio de 2019 (Foto: Divulgação)

5ª fase – Além de mandados de prisão contra os Name, a Snowball também tem o vereador Ademir Santana (PSDB) como alvo. Ele é candidatado a reeleição.

Na manhã desta quarta-feira (dia 7), a ação do Garras e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) cumpre mandados de busca e apreensão na casa e na chácara do parlamentar.

Equipe do Garras em endereço ligado ao vereador Ademir Santana, no Jardim Bonança (Foto: Marcos Maluf)
Equipe do Garras em endereço ligado ao vereador Ademir Santana, no Jardim Bonança (Foto: Marcos Maluf)


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