Ação pede bloqueio de R$ 7 milhões dos Name para ressarcir vítima de extorsão
É a primeira investida direta contra o que a investigação chama de capital ilícito da organização criminosa
Além de mandados de prisão e busca, a quinta fase da Omertà, deflagrada nesta terça-feira (7) e batizada da Snowball, quer o bloqueio de bens dos Name. O pedido da força-tarefa, liderada pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), é para sequestrar R$ 7 milhões de Jamil Name, de 81 anos, e do filho, Jamilzinho.
É a primeira investida direta contra o que a investigação chama de capital ilícito da organização criminosa. Na quarta fase da Omertà, a Operação Black Cat, agiu indiretamente, fechando bancas de apostas do jogo do bicho em Campo Grande, para a força-tarefa, uma das fontes de renda do grupo.
O objetivo do bloqueio de bens, conforme apurou o Campo Grande News, é garantir futuro ressarcimento ao empresário José Carlos de Oliveira, ex-proprietário de imóvel no Bairro Monte Líbano onde foi apreendido arsenal de guerra, o estopim operação Omertà.
Em outubro do ano passado, em depoimento ao Garras, ele revelou como conheceu a família Name, como se endividou e “perdeu” dois imóveis para os acusados de liderar milícia armada atuante em Campo Grande. Para a força-tarefa, José Carlos é vítima de extorsão, pois narra ter entregado a residência sob ameaça de morte.
Fio da meada – Para a investigação, o paiol da organização criminosa ficava na casa localizada na Rua José Luís Pereira, no Monte Líbano, e foi descoberto no dia 19 de maio, após a prisão de Marcelo Rios, até então guarda municipal. Flagrado com carregador de pistola com capacidade para 30 munições, ele levou policiais do Garras e a três endereços, um deles a casa onde policiais encontraram fuzis, pistolas e silenciadores.
No local, foram apreendidos dois fuzis modelo AK 47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e muita munição.
Todas as armas estavam em municiadas e prontas para uso. Além disso, foram encontrados silenciadores, lunetas, e bloqueadores de sinal eletromagnético – aparelho capaz de invalidar o monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Em depoimento, Marcelo revelou trabalhar para o empresário Jamil Name, como segurança particular. E, a partir daí, o Garras começou a investiga uma série de execuções na Capital, até a deflagração da primeira fase da Omertà, que prendeu os Name, no dia 27 de setembro do ano passado.
5ª fase – Além de mandados de prisão contra os Name, a Snowball também tem o vereador Ademir Santana (PSDB) como alvo. Ele é candidatado a reeleição.
Na manhã desta quarta-feira (dia 7), a ação do Garras e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) cumpre mandados de busca e apreensão na casa e na chácara do parlamentar.