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Capital

Furto de gado aumenta após preço da carne disparar; polícia faz alerta

Em casos de furtos em grande quantidade de animais na maioria das vezes há envolvimento de funcionários, segundo a polícia.

Mirian Machado | 06/02/2021 09:13
Cabeças de gado vendidas por gerente de fazenda estavam em curral na propriedade do suspeito. (Foto: Polícia Civil)
Cabeças de gado vendidas por gerente de fazenda estavam em curral na propriedade do suspeito. (Foto: Polícia Civil)

A polícia civil tem investigado diversos furtos de gados pelo estado. O crime tem aumentado após o preço da carne elevar, segundo o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos à Bancos, Assaltos e Sequestros) que também investiga crimes de abigeato (furtos e abate de gados).

Conforme explicado pela delegada Daniela Kades, em casos de furtos onde há envolvimento de caminhão boiadeiro e uma grande quantidade de animais há participação de funcionários da fazenda. “Já em casos de abate, normalmente são pessoas que passam pelo local veem o animal, entram, abate, leva a carne ou pra consumo próprio ou para venda em açougues de bairros mais afastados. Eles vendem a carne mais barata. Conseguem se desfazer rápido vendendo bem abaixo do preço de mercado”, conta.

Animal furtado foi encontrado com sobreposição de marca (Foto: Polícia Civil)
Animal furtado foi encontrado com sobreposição de marca (Foto: Polícia Civil)

Só em dezembro houve registro de ao menos 310 animais furtados ou abatidos de fazendas ao redor do estado.

No inicio de dezembro o gerente de uma fazenda de 34 anos foi preso depois de furtar e vender 13 cabeças de gado em Ribas do Rio Pardo. O crime foi descoberto depois de policiais flagrarem o comprador de 58 anos carneando um dos animais. O homem também foi preso por receptação, além de posse ilegal de arma de fogo já que foi encontrada uma espingarda calibre 22 sem registro no local.

No dia 13 de dezembro, um homem de 33 anos, foi preso porque chegou a levar 260 cabeças de gado em uma fazenda de Aquidauana. O furto só foi percebido meses depois pelo proprietário do local, pois o crime era feito aos poucos.

No dia seguinte, um homem de 47 anos foi preso por vender sete cabeças de gado bovino, sendo dois touros, dois garrotes e três vacas, ambas com sobreposição de marca, furtados na região da Nhecolândia, no pantanal, cerca de 100 km de Corumbá. O homem era capataz da fazenda e foi preso durante operação das policias civil de Corumbá e Ladário. Fiscais da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), chegaram a ser acionados e constataram a sobreposição de marca em algumas reses.

Na mesma semana, um jovem de 18 anos e um adolescente de 15, foram identificados pelo menos crime. Eles tentavam vender três novilhas por R$ 6 mil na cidade de Rio Verde de Mato Grosso e foram pegos pela Polícia Militar. Eles confessaram o crime e afirmaram que venderiam o animal para dar entrada na compra de uma moto.

Carcaça de animais foram deixadas em pasto de fazenda em Terenos (Foto: Divulgação/PMA)
Carcaça de animais foram deixadas em pasto de fazenda em Terenos (Foto: Divulgação/PMA)

Em Janeiro ladroes invadiram uma fazenda em Terenos e mataram duas cabeças de gado. Na fazenda a polícia encontrou apenas as cabeças, parte de couro e vísceras dos animais. A PMA (Polícia Militar Ambiental) e Polícia Civil fizeram buscas na região, mas os autores não foram localizados.

No último dia 3, o Peão de uma fazenda foi preso por vender 22 cabeças de gado da fazenda do patrão em Terenos. O comprador e o rapaz que intermediou a venda dos animais também foram presos. Ainda no mesmo dia, o funcionário de uma fazenda em Campo Grande registrou ocorrência opôs o furto de 24 vacas. A suspeita é de que esse numero tenha quase dobrado já que no momento do registro da ocorrência o rebanho ainda não havia sido contabilizado. O funcionário ainda informou que o gado é registrado com a marca 6D.

Ainda conforme a delegada Kades, em casos de furtos de animais de várias cabeças a melhor forma de se prevenir é ter um controle muito bom junto ao Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS), sempre manter a consulta não deixar só a cargo de funcionários e instalar o embarcador longe das estradas principalmente próximas das estradas vicinais. “Isso também dificulta, porque os autores não vão conseguir embarcar o gado com facilidade para poder furtar, colocar no caminhão e levar embora. Então a localização do mangueiro/ embarcador dentro da propriedade também é muito importante”, afirma.

Animais furtados que seriam vendidos por capataz de fazenda em Corumbá (Divulgação/Polícia Civil)
Animais furtados que seriam vendidos por capataz de fazenda em Corumbá (Divulgação/Polícia Civil)


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