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Capital

Furtos em túmulos geram revolta e famílias se emocionam no Santo Antônio

Subtração de metais e itens dos jazigos por lá não é novidade, mas agora pode render até ação de ressarcimento

Por Lucia Morel e Caroline Maldonado | 02/11/2024 09:18
Marli chora ao falar do furto de peças em túmulo (Foto: Paulo Francis)
Marli chora ao falar do furto de peças em túmulo (Foto: Paulo Francis)

Chorando ou gritando no megafone, o Dia de Finados foi de ânimos exaltados no Cemitério Santo Antônio. Casa de mortos mais antiga de Campo Grande e onde estão enterrados entes das famílias mais tradicionais da cidade, o local é de túmulos que lembram obras de arte, recheados de história e feitos com materiais caros.

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No Dia de Finados, o Cemitério Santo Antônio em Campo Grande foi palco de manifestações emocionadas contra furtos de itens de sepulturas, incluindo estátuas e placas. Maria Cecília Ferreira Abdo, uma das afetadas, organizou um abaixo-assinado após o roubo de estátuas significativas de seus familiares, expressando que a perda é tanto material quanto emocional. Outras pessoas, como Marli de Fátima Catarineli e Vilma Rocha Paz Barbosa, também relataram perdas semelhantes, destacando a necessidade de mudanças na segurança do cemitério e a intenção de evitar novos furtos ao optar por memorializações mais simples.

A aposentada Marli de Fátima Catarineli, caiu em prantos quando viu que levaram duas placas dos parentes dela. “O meu primeiro esposo, meu sogro, a minha sogra, a minha enteada estão aqui”, contou.

Ela afirma que vai recuperar um pouco o espaço, mas com simplicidade e sem metal, para evitar furtos. “Agora vou plantar graminha só e nem colocar os nomes deles de bronze, nem de nada. Vou colocar aquela letra bem simplesinha, porque a cruz que tinha ali não está mais, então não vou deixar não, vai ser bem simples”.

Ela assinou manifesto levado pela aposentada Maria Cecília Ferreira, que reclamava a falta de estátuas em tamanho real, e que simbolizavam a fuga para o Egito de José e Maria, pais de Jesus Cristo, conforme a tradição cristã. “Era a coisa mais linda. Era a melhor imagem que tinha no cemitério, onde as pessoas paravam para rezar".

Maria afirma que os itens foram furtados, mas um documento encaminhado pela Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) é de que foram retirados pelo representante legal e levados para Curitiba (PR), conforme documentos anexados no sistema do cemitério.

Sepultura de parentes de Marli de Fátima sem a cruz e as placas de metal. (Foto: Paulo Francis)
Sepultura de parentes de Marli de Fátima sem a cruz e as placas de metal. (Foto: Paulo Francis)

Por fim, dona de casa, Vilma Rocha Paz Barbosa, de 90 anos, também reclamou dos furtos. “Roubaram todo o meu túmulo, tudo da minha mãe, uma santa, Nossa Senhora das Graças que era enorme. Tinha foto de uma senhora preta que minha avó criou, que eu coloquei lá também, levaram tudo”, disse, enfatizando que o muro é muito baixo e que é preciso reformular o cemitério nesse quesito.

"A Secretaria reforça que vem adotando medidas para melhorar a segurança nos três cemitérios públicos, como a intensificação das rondas pela GCM (Guarda Civil Metropolitana)", finaliza o texto.

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#matéria atualizada às 20h para correção de informações

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