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Capital

Garota “toca o terror” ouvindo proibidão o dia todo e só para com PM na porta

É mais um daqueles casos sobre o limite de um que não para mesmo quando começa o do outro

Por Geniffer Valeriano e Gabi Cenciarelli | 18/07/2024 17:22

Na tarde desta quinta-feira (18) trilha sonora virou caso de polícia no Bairro Santa Luzia. Adolescente que passa o dia ouvindo “proibidão” fez duas vizinhas perderem a paciência. Policiais militares foram acionados, estiveram no local, a garota baixou o som, mas assim que a viatura saiu do campo de visão dela, o funk pesadão voltou com tudo na esquina da Rua Santa Mônica com Santo Anastácio, e ainda mais provocativo. A música escolhida repete algo que o jornalismo não pode publicar. Basicamente, fica o tempo todo com ao refrão “vai com a bu.... no cabeção”.

Revoltadíssima, parente de um casal de idosos foi quem chamou a PM. "Minha avó e o meu tio ficam o dia todo com a casa fechada pra tentar abafar o som. Seja no calor ou no frio ficam sempre trancados porque é o dia inteiro com o som alto". O caso pode parecer só fofoca e arranca rabo entre vizinhos, mas ilustra um problema recorrente em Campo Grande, poluição sonora que tira a paz de muita gente..

A vizinha pede para ter o nome preservado, mas diz cuida dos dois idosos e cansou de tanta “afronta”. Segundo ela, a menina começa com o som lá pelas 10h da manhã e segue o dia todo “atormentando” os vizinhos que tem idade avançada e precisam de cuidados especiais. “Já liguei, mandei mensagem pra mãe dela... E é todo dia isso. Aqui em volta da casa dela também tem muitas crianças que ficam ouvindo essa pornografia”, reclama uma das moradoras.

Ouça o som captado pela vizinha após a PM virar as costas::


Numa das ligações para a mãe da garota, a responsável partiu para o ataque, chamando a vizinha de desocupada e avisando: “Ela vai ouvir o som alto quantas vezes ela quiser, pode chamar a polícia, sua desocupada!”

Dona de casa, de 31 anos, diz que realmente é “algo que incomoda todo mundo, mas ninguém tem coragem de denunciar. Eu moro a uma quadra daqui e eu escuto o som de alto de lá. Isso já vem de anos, faz anos que venho tentando conversar com a mãe dela, mas não adianta. Hoje chamei a PM porque não aguentava mais", desabafa.

Outra moradora, analista de crédito, de 47 anos, mora com a mãe de 77 anos no meio da quadra e também diz que é insuportável a falta de limites da adolescente. "É perturbador. É complicado pra gente, porque não temos descanso.  Isso começa bem cedo e vai até altas horas da noite. A gente não sabe o que fazer".

A mulher anda perdendo a esperança de uma solução. “Quando a polícia veio eu estava no posto de saúde e de lá eu escutei quando ela colocou o som mais alto. Acho que fez isso para provocar. A gente não quer guerra com vizinho. A gente quer ter descanso, porque se fosse só um dia tudo bem, mas é todo dia isso. A nossa mente não descansa, hoje mesmo começou as 8h", reforça a outra vizinha.

A mãe da funkeira do Santa Luiza atendeu ligação do Campo Grande News repetindo as críticas contra a vizinha e confirmou que “a polícia foi lá mas só pediu pra abaixar o som.” Segundo ela, o que acontece é perseguição de “desocupados”.

Já a Polícia Militar relatou que um chamado via 190 para atender a ocorrência relacionada à perturbação do sossego, fez contato com as partes, e a pessoa responsável pelo som alto concordou em reduzir o volume para não perturbar os vizinhos. “Quanto ao solicitante, foi orientado a entrar em contato novamente via 190 ou procurar uma delegacia caso o problema persista.”

A PM lembra ainda que respeito é indispensável a qualquer hora do dia. “É importante ressaltar que a perturbação do sossego alheio pode ocorrer em qualquer momento do dia ou da noite. Indivíduos que se sintam perturbados por ruídos como sons de veículos, gritos, barulho em bares, ou festas em residências ou condomínios, têm o direito de acionar o número 190 ou procurar a delegacia de polícia mais próxima para relatar a situação”, orienta a Polícia Militar.

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