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Capital

Gastos de planos de saúde com autistas já superam de pacientes com câncer

O aumento pode ter relação com a quantidade de pessoas diagnosticadas e mudanças nas normas de atendimento

Por Natália Olliver | 08/01/2024 11:43
Mãe e filho com autismo em casa na Capital (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Mãe e filho com autismo em casa na Capital (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

A procura por tratamentos de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e outros transtornos globais de desenvolvimento chamou atenção dos planos de saúde. De acordo com a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), o custo dessas demandas girava em torno de 2% e chegou a 9% em 2023, superando até tratamentos oncológicos que registraram 8,7%.

O aumento pode ter relação com a quantidade de pessoas diagnosticadas nos últimos anos e mais informações sobre terapias ocupacionais. Mudança nas normas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) também pode ter influenciado, determinando que pessoas com TEA tenham direito a um número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos para o tratamento pelos planos.

A mudança foi imposta em 2021, mas nem toda a rede se adequou na época. Em 2022, as medidas foram expandidas para contemplar a cobertura de quaisquer métodos ou técnicas indicadas pelo médico para o atendimento dos pacientes com TGD (Transtornos Globais de Desenvolvimento).

Por conta do aumento por atendimento especializado, a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) inaugurou em Campo Grande no ano passado um centro médico dedicado ao acolhimento e tratamento de crianças e adolescentes com TEA.

Crescimento - A Capital tinha em 2023 um total de 2.095 crianças diagnosticadas com TEA na rede municipal de educação. De acordo com a Semed (Secretaria Municipal de Educação), 1 a cada 36 nascidos tem o transtorno do espectro autista. Já no Estado eram 4 mil alunos diagnosticados.

O número pode ser ainda maior porque algumas famílias relatam dificuldade em conseguir o laudo médico. Na época da inauguração do centro médico, a reportagem conversou com Naina Dibo, presidente da associação PROD TEA.

“A gente não sabe até que ponto está duplicado. Desde 2018 estamos lutando pra fazer um cadastro único. A cada um laudo, temos três sem, porque demora dois anos e oito meses até conseguir chegar a um neurologista. A cada trinta e seis nascidos, um tem TEA”, disse.

Naina também observou que a demanda por atendimento tem superado a capacidade das clínicas conveniadas, e muitas crianças ainda aguardam avaliação.

*Matéria elaborada com auxílio de informações da Folha de São Paulo.

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