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Política

Sob pressão de mães de autistas, secretário de Educação vai à Câmara

Pais alegam que assistentes educacionais não estão em sala de aula como prometido após manifestação

Caroline Maldonado | 25/05/2023 13:13
Pais, mães e crianças autistas no plenário da Câmara Municipal na manhã de hoje (Foto: Caroline Maldonado)
Pais, mães e crianças autistas no plenário da Câmara Municipal na manhã de hoje (Foto: Caroline Maldonado)

A manifestação de pais e mães de crianças que estão sem assistente educacionais inclusivos nas escolas, fez com que a Prefeitura de Campo Grande chamasse na quarta-feira (24), 89 profissionais para o cargo. Além disso, vereadores disseram que a prefeita Adriane Lopes (Patriota), se comprometeu a resolver a situação ainda ontem (24). No entanto, a promessa não foi cumprida, segundo os pais que retornaram à Câmara hoje.

O vereador Juari Lopes, o “Prof. Juari” (PSDB) ligou para o secretário de Educação, Lucas Bitencourt, e informou que ele se comprometeu a ir à Câmara Municipal na próxima terça-feira (30) para falar do assunto.

“Ele [Lucas] não me adiantou nada, mas disse que virá para nossa reunião da Comissão que está marcada”, disse Juari.

Vereadores Claudio Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), Juari Lopes, o "Prof. Juari", e Valdir Gomes (PP), durante sessão de hoje (Foto: Divulgação/Assessoria)
Vereadores Claudio Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), Juari Lopes, o "Prof. Juari", e Valdir Gomes (PP), durante sessão de hoje (Foto: Divulgação/Assessoria)

A informação de que os profissionais não estão todos em sala é da vice-presidente do Prodtea (Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista), Naína Dibo.

Ela usou a tribuna durante a sessão ordinária e reclamou da situação. “Estou recebendo informações de vários pais e mães de diversas escolas. Pouquíssimos alunos estão com assistentes desde ontem. Não foi cumprido o prometido e vamos continuar lutando, porque é lei, nem que tenhamos que trazer essas crianças aqui ou levar à prefeitura”, disse Naina, que tem um filho com TEA (Transtorno do Espectro Autista) com 12 anos de idade.

Outros pais e mães ocuparam o plenário hoje, alguns com seus filhos. Na terça-feira (23), eles revelaram que havia, pelo menos, 120 crianças com deficiências, síndromes ou transtornos fora da escola por causa da falta de profissionais, situação que se repete todos os anos, com descumprimento de lei federal.

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) lembrou que o correto seria ter APE (Professores de Apoio Pedagógico Especializado) nas escolas, mas desde 2017 eles foram substituídos por AEI (Assistente Educacional Inclusivo).

“Campo Grande tinha uma política inclusiva e começaram a trocar os profissionais para enxugar o pessoal e destruíram tudo o que foi construído. Estão impedindo que essas crianças tenham acesso à educação. Tem assistentes com visão distorcida sobre o que é educação inclusiva”, disse Luiza.

Novos assistentes - A Semed (Secretaria Municipal de Educação) realizou seleção em que 2.651 profissionais foram aprovados, neste ano, e chamados para entregar documentos. Desses, 318 assistentes educacionais inclusivos foram chamados em abril.

Com isso, eram 841 assistentes educacionais inclusivos atendendo em regime de 40 horas semanais, segundo a secretaria. Se os 89 chamados compareceram na quarta-feira (24), o número de profissionais atuando deve subir para 930.

Para o Campo Grande News a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que a lotação de profissionais para atender os alunos da educação especial, é realizada por meio de processo seletivo, com validade de um ano, podendo ser prorrogado por igual período. Ainda foi dito que atualmente há mais de mil profissionais.

Também foi relatado que na última quarta-feira (24)foram convocados mais 88 assistentes, que deveriam se apresentar imediatamente ontem.  “O processo seletivo atende as orientações do Ministério Público e do Tribunal de Contas, no intuito de dar transparência, impessoalidade, moralidade, legalidade, publicidade e eficiência na convocação desses profissionais”, finaliza a nota

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