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Política

Prefeitura chama 89 assistentes e pais de autistas voltam à Câmara

Entidades reclamam da falta de APE (Professores de Apoio Pedagógico Especializado) para alunos

Caroline Maldonado | 25/05/2023 08:50
Vice-presidente do Prodtea (Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista), Naína Dibo, esteve na Câmara Municipal na terça-feira (23) e volta hoje para usar a tribuna (Foto: Henrique Kawaminami)
Vice-presidente do Prodtea (Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista), Naína Dibo, esteve na Câmara Municipal na terça-feira (23) e volta hoje para usar a tribuna (Foto: Henrique Kawaminami)

Um dia depois da manifestação que chegou a interromper a sessão ordinária de terça-feira (23) na Câmara Municipal, 89 pessoas aprovadas em processo seletivo foram chamadas para ocupar cargo de assistente educacional inclusivo nas escolas municipais. Mães e pais levaram faixa e, indignados, revelaram que ainda é pouco, porque 120 crianças com deficiências, síndromes ou transtornos estão fora da escola por causa da falta de profissionais, situação que se repete todos os anos, com descumprimento de lei federal.

Na manhã desta quinta-feira (25), a vice-presidente do Prodtea (Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista), Naína Dibo, fará uso da tribuna da Câmara para falar sobre a falta de APE (Professores de Apoio Pedagógico Especializado).

A visita à Casa de Leis virou manifestação porque a Casa de Leis negou abrir o uso da palavra sem agendamento. Com isso, uma das mães, a advogada Maria Isabela Saldanha, entrou na área exclusiva dos vereadores, no plenário, e começou a manifestar indignação.

Os APE foram substituídos em 2019 por AEI (Assistente Educacional Inclusivo). No início deste mês, a prefeitura trocou alguns assistentes que encerraram contrato. Pais reclamam porque pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) têm dificuldades com mudanças de rotina, que causam estresse e ansiedade. As famílias relataram que as crianças choraram muito no primeiro dia com o novo assistente e houve até vômitos, como reação emocional.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), explicou que entendeu as necessidades dos alunos e estudava formas de melhorar o serviço, mas não havia como evitar a substituição, porque se tratava de fim de contratos e havia profissionais que não queriam continuar no cargo.

Faltam recursos financeiros para atender cada um dos alunos como os pais gostariam, segundo a prefeita. Logo após as substituições de assistentes, a prefeita revelou que a secretaria estava estudando uma alternativa, que seria ter, em cada uma das sete regiões da Capital, uma escola de referência no atendimento aos autistas, mas destacou que tudo isso ainda estava sendo estudado e discutido antes de qualquer iniciativa.

Novos assistentes - A Semed (Secretaria Municipal de Educação) realizou seleção em que 2.651 profissionais foram aprovados, neste ano, e chamados para entregar documentos. Desses, 318 assistentes educacionais inclusivos foram chamados em abril.

Com isso, eram 841 assistentes educacionais inclusivos atendendo em 40 horas semanais, segundo a secretaria. Se os 89 chamados compareceram na quarta-feira (24), o número de profissionais atuando sobe para 930.

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