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Política

Após protesto suspender sessão, escolas terão mais assistentes para autistas

Pais informaram que ao menos 120 crianças estão fora da sala de aula pela falta de professores auxiliares

Izabela Cavalcanti e Caroline Maldonado | 23/05/2023 11:17


Na manhã desta terça-feira (23), a sessão da Câmara Municipal de Campo Grande foi suspensa após mães e pais se manifestarem contra a falta de assistentes educacionais inclusivos nas escolas da rede municipal da Capital. O presidente da Casa de Leis, Carlos Augusto Borges, o "Carlão" (PSB), conversou com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) e informou que amanhã (24) o problema estará resolvido para os estudantes que precisam do profissional.

"A prefeita me ligou, ela vai arcar com a multa e, a partir de amanhã, vai lotar os professores. A vitória é de vocês e das mães", destacou Carlão.

Na ocasião, foi anunciado que, pelo menos, 120 crianças estão fora da sala de aula por esse motivo. “Esse é o número oficial da Semed, mas nós sabemos que tem mais crianças nessa situação. Já fizemos de tudo, reuniões com a prefeitura, já mandamos ofício, já cobramos os vereadores e estamos aqui porque queremos que seja resolvida essa questão”, pontuou Naína Dibo, a vice-presidente do Prodtea (Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista).

O assunto não estava em pauta e o grupo foi até lá na tentativa de conseguir espaço na tribuna, o que não foi possível devido ao regimento interno e à posse do novo vereador Claudio Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), que ocupou o cargo do ex-secretário de Governo, Mário César.

Diante da situação, uma das mães, a advogada Maria Isabela Saldanha, entrou na área exclusiva dos vereadores, no plenário, e começou a manifestar indignação. Ela também é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescente da OAB/MS (Ordem dos Advogados, seccional Mato Grosso do Sul).

Maria Isabela Saldanha invadiu plenário da Câmara dos Vereadores, durante sessão desta terça-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Maria Isabela Saldanha invadiu plenário da Câmara dos Vereadores, durante sessão desta terça-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

“Fiz isso por indignação, porque os vereadores nos informaram que não íamos poder falar, sendo que há crianças fora da escola por causa disso [falta dos profissionais]”, lamentou.

O presidente da Câmara tentou prosseguir com a sessão, mas não conseguiu, ficando suspensa por 5 minutos. Com isso, outros pais e mães também começaram a gritar e alguns até se emocionaram.

Para tentar amenizar a situação, o vereador Carlão também ligou para o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, e colocou o áudio no plenário para que todos pudessem ouvir. Ele está em Brasília com a prefeita para reuniões nos ministérios da Educação e Cultura.

O vereador Juari Lopes, professor Juari (PSDB), informou que terá audiência pública para discutir o tema, no dia 5 de junho.

O líder da prefeita na Câmara, Roberto de Avelar, Beto Avelar (PSD), confirmou que a prefeitura vai solucionar o problema a partir de amanhã.

Pais e mães se manifestam contra falta de assistentes educacionais inclusivos (Foto: Henrique Kawaminami)
Pais e mães se manifestam contra falta de assistentes educacionais inclusivos (Foto: Henrique Kawaminami)

Mais um questionamento - No dia 2 de maio, ocorreu a mudança dos profissionais que acompanham os autistas. Com isso, as mães temem que os filhos regridam no aprendizado e até deixem de ir para a escola.

Conforme informou a Semed (Secretaria Municipal de Educação) para a reportagem, a mudança decorre de fim de contrato com os antigos acompanhantes e com isso, houve seleção de novos profissionais.

“Ressaltamos que esses profissionais possuem pós-graduação em educação especial, e a lotação ocorre por meio da chamada que segue a classificação, podendo ser constatado e acompanhado pelo site da Semed”.

A secretaria informou também que o processo seletivo atende as orientações do Ministério Público e do Tribunal de Contas, no intuito de dar transparência, impessoalidade, moralidade, legalidade, publicidade e eficiência na convocação desses profissionais.

A prefeita explicou que entende as necessidades dos alunos e estuda formas de melhorar o serviço, mas não havia como evitar a substituição, porque tinha profissionais que não queriam continuar no cargo.

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