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Capital

“Gente que bebe é assim”, diz mãe que em 7 meses teve 2 filhos assassinados

Sérgio Otazu de Souza, 34, foi esfaqueado na noite de anteontem, na mesma rua onde irmão morreu há 7 meses

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 08/07/2021 19:28
Ao lado de um dos filhos, idosa (de blusa rosa) deu breve entrevista ao Campo Grande News (Foto: Henrique Kawaminami)
Ao lado de um dos filhos, idosa (de blusa rosa) deu breve entrevista ao Campo Grande News (Foto: Henrique Kawaminami)

De poucas palavras, a diarista de 66 anos diz que nessa quarta-feira, dia 7, quando soube que havia perdido o segundo filho assassinado num intervalo de sete meses, “o jeito foi dormir cedo”, porque conviver com a dor era mais difícil. “Hoje [8] estou bem até”.

Os dois “meninos” deixaram saudades, mas a mãe não tem outro remédio a não ser seguir a vida. Soa conformismo, contudo, depois de entender o estrago que os vícios fazem na vida de alguém, o que resta para a idosa enlutada é aceitar. “Gente que bebe é assim mesmo”, foi uma das últimas frases ditas por ela na breve entrevista.

A família do jardineiro Sérgio Otazu de Souza, 34 anos, esfaqueado até a morte, na noite de terça (6), no mesmo barraco onde o irmão, Moacir, 27 anos, foi assassinado, nega que dívida de drogas tenha motivado o homicídio mais recente. “Obra maligna do diabo”, chegou a dizer outro irmão à reportagem.

Para ele, o contexto em que os irmãos viviam, regado a bebida, já não era bom. Ele acha que Sérgio morreu durante discussão que tomou rumo violento por causa do consumo exagerado de álcool. “Falam que é acerto de droga, mas não é. Nem todo mundo, mas tem gente que depois que toma ‘uns gole’ fica alterado”.

Irmãos foram mortos na mesma rua, no Jardim Noroeste (Foto: Henrique Kawaminami)
Irmãos foram mortos na mesma rua, no Jardim Noroeste (Foto: Henrique Kawaminami)

Os dois homicídios foram na Rua Era Atômica, no Jardim Noroeste, bairro localizado na saída para Três Lagoas, em Campo Grande.

Sérgio foi atingido com dois golpes de faca, um na barriga e outro na axila. Ninguém foi preso até o momento e apenas uma faca de serra de cozinha foi apreendida com suspeita de ser a arma do crime.

Moacir também foi esfaqueado, há 7 meses. Segundo informações da Polícia Civil, o assassinato ocorreu por volta das 3h, numa área de barracos. Os golpes atingiram o pescoço da vítima. Ele também, conforme testemunhas à época, tinha vários desentendimentos no bairro devido ao uso de drogas e bebidas alcoólicas.

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