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Capital

Grandes formigueiros nas ruas podem refletir desequilíbrio ecológico

Fernanda Mathias e Mara Riveiros | 13/07/2016 13:20
No terminal de ônibus do Hércules Maymone, na rua Ceará, um grande formigueiro surpreende os frequentadores (Foto: Marina Pacheco)
No terminal de ônibus do Hércules Maymone, na rua Ceará, um grande formigueiro surpreende os frequentadores (Foto: Marina Pacheco)

Nos últimos dias a presença de grandes formigueiros em Campo Grande tem chamando a atenção de moradores e, para especialistas, a situação pode ser um reflexo do desequilíbrio ecológico, com a redução de predadores naturais.

Próximo ao alambrado do terminal Hércules Maymone, na avenida Joaquim Murtinho, o ninho com grande amontoado de terra, impressiona e também causa preocupação. “Já faz parte da paisagem, passa desapercebido, mas acho que pode ser perigoso porque é bem em frente a uma escola”, diz Edna Lemos de Souza, 34 anos, frequentadora assídua do local.

Ao longo dos canteiros da avenida Afonso Pena, os formigueiros tomaram conta. Doutor em ecologia, especialista e formigas arbóreas, o biólogo Paulo Robson de Souza, explica que em muitos casos a proliferação de formigueiros reflete desequilíbrios ambientais.

“Dos animais que comem a formiga o mais conhecido é o tamanduá, mas as aves, de uma maneira geral, capturam as formigas que estão voando e isso mantém o controle da população”.

Ao longo da Avenida Afonso Pena são vários os formigueiros (Foto: Marina Pacheco)
Ao longo da Avenida Afonso Pena são vários os formigueiros (Foto: Marina Pacheco)

A revoada das tanajuras, que são as futuras rainhas de formigueiros, aladas, ocorre em geral em períodos chuvosos, quando a terra está úmida e oferece facilidade para abertura dos ninhos. Os machos, conhecidos como bitu, têm um terço do tamanho da fêmea. “Se essa formiga se acasalar vai dar origem aos formigueiros, que dura anos e pode atingir até 10 metros quadrados, com uma profundidade que comportaria até quatro carros”, compara o pesquisador.

Quando os formigueiros em fase inicial são percebidos nos quintais e pequenos terrenos, a recomendação é uma ação rápida para destruir os ninhos e eliminar a rainha, de forma mecânica, com uma enxada. Caso a infestação já esteja instalada, o controle pode ser feito com iscas.

As cortadeiras levam para o ninho fungo que usado para alimentar a tanajura. Esse fungo se desenvolve em folhas e é justamente considerando esta dinâmica que foram desenvolvidas as iscas de controle biológico. “As iscas para ambientes pequenos são mais interessantes do que o veneno, que pode afetar animais de estimação e plantas”, alerta o biólogo.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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