Greve fecha escolas e professores decidem hoje continuidade
Professores paralisaram, nesta quinta-feira (6), o atendimento a 94 mil alunos da rede municipal de ensino, em Campo Grande. Esta é a primeira greve do segmento após 14 anos e tem por objetivo pressionar a Prefeitura para cumprir reajuste de 8,46%. Definição sobre a continuidade do movimento ocorre, a partir das 8h, na ACP (Associação Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública).
A empresária Meire Akemy, 25 anos, foi surpreendida com o aviso da paralisação na Escola Municipal Professor Arlindo Lima, no Centro. O filho de quatro anos estava doente e acabou não recebendo notificação sobre o fechamento da unidade. Com isso, foi necessário desmarcar os compromissos do dia para acompanhar o pequeno.
Na escola Oliva Enciso, no Tiradentes, servidores da área administrativa informaram que ao menos 10 dos 1,3 mil alunos matriculados apareceram nesta manhã, mas tiveram que retornar para casa. Já na Arassuay Gomes de Castro, no Miguel Couto, não foi observado movimento.
A secretária municipal de Educação, Angela Brito, recorreu ao rádio para pedir sensibilidade dos professores em não continuar com movimento de greve, anunciada na segunda-feira (3) e a primeira desde 2000.
“Teremos prejuízo no ano letivo, porque só podemos repor aos sábados e aulas podem se estender até janeiro. Acreditamos na sensibilidade dos professores para que não ocorra essa greve”, disse Angela no Programa Tribuna Livre.
Em assembleia, a partir das 8h30, os profissionais de educação definem pela continuidade ou não do movimento de greve. A categoria pretende hoje marchar em direção a Câmara Municipal para que vereadores se posicionem pelo cumprimento da Lei Municipal nº 5189/13, que prevê equiparação dos salários ao piso nacional de 20 horas.
O prefeito Gilmar Olarte (PP), ontem (6), voltou a reforçar que não possui recurso para cumprir com o reajuste. Se implementada, a medida terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%.
Como alternativa, Olarte ressaltou que negocia com a Águas Guariroba antecipação de outorga onerosa e venda da folha dos servidores ao Banco do Brasil, ambos por R$ 50 milhões. Porém, como a sinalização é futura os professores rejeitaram a ideia e mantiveram a paralisação, ainda por tempo indeterminado.