Grupo de alunos paga pacote e não consegue embarcar em cruzeiro
O sonho de um grupo de adolescentes de passar a formatura em um cruzeiro no meio do mar foi destruído por uma agência de viagens de Campo Grande. Após terminarem o 3º ano do Ensino Médio em uma escola particular da Capital, eles decidiram pagar as reservas e o transporte até a cidade de Santos-SP, onde não conseguiram embarcar porque o representante da empresa contratada não apareceu no local combinado.
Pai de um dos formandos, o técnico em elétrica Roberval Gimenez, 40 anos, disse que cerca de 26 alunos não conseguiram embarcar. A maioria ainda está em Santos e ainda pagando as despesas com estadias em hotéis. Apenas seis alunos, que pagaram o pacote com o cartão de crédito, conseguiram fazer o embarque.
"Todo mundo está perdido porque teve gente que pagou com cartão de crédito e também não conseguiu embarcar. Os alunos chegaram lá e os números das cabines não batiam. Os funcionários da empresa do navio diziam que as cabines já estavam ocupadas. O que acontece é que a agência de viagens não repassou o valor que a gente pagou pelo cruzeiro”, explicou.
O grupo comprou o pacote em março deste ano porque não queria a formatura tradicional, apenas a colação de grau. Apesar da empresa ter o transporte, os pais preferiram contratar o serviço por fora, por acharem mais em conta.
O pacote do cruzeiro tinha rota as cidades de Santos, Búzios e Ilha Belha, também vinha com hospedagem nas cabines dos navios e alimentação, com excessão do consumo de bebidas. A última reunião para acertar os detalhes com o vendedor do pacote aconteceu na última sexta-feira (4). Como tudo “parecia estar certo”, pelos menos foi essa a ideia que o funcionário passou, parte do grupo foi de avião e outra de van, na terça-feira (8) desta semana.
Chegando em Santos, a empresa MSC Cruzeiros não aceitou o embarque do grupo porque os menores estavam sem os responsáveis, uma das principais exigências. Mas o vendedor havia afirmado antes da venda dos pacotes que não havia a necessidade de responsáveis, que funcionários da empresa estariam juntos durante toda a viagem.
Depois do ocorrido, os pais dos alunos procuraram a agência denominada Ideal Viagens. A empresa informou que o vendedor que negociou os pacotes já não fazia mais parte do quadro de funcionários, e que era para eles entrarem em contato com este funcionário para resolver o impasse. “Ligamos para ele e ele disse que iria resolver com a empresa do cruzeiro, até agora nada”, apontou Roberval.
Já a agência afirmou aos pais que nomeou um advogado que cuidará do caso, além de ressarcir o valor pago pelos pacotes. Roberval destacou que nenhum dos pais até agora conheceu o advogado e por isso irão entrar na Justiça para resolver o problema.
Enquanto isso, o grupo de adolescentes está no litoral paulista acompanhado de um tio de um dos alunos e do pai de outro. “Nós pais estamos nos sentindo enganados, lesados, e por outro lado frustrados por esta empresa ter acabado com o sonho de um grupo de adolescentes”, finalizou Roberval.
Ainda segundo ele, a advogada do grupo dos pais, Carla Marques dos Santos, está tentando falar com a agência, mas não consegue contato nem através do 0800 e nem por e-mail. O Campo Grande News também tentou entrar em contato com a agencia, mas as ligações não foram atendidas, na noite desta sexta-feira (11).