Grupo de Bernal roubou e rasgou documentos; licitações são anuladas
Após invadir a Prefeitura de Campo Grande, o grupo aliado do prefeito cassado Alcides Bernal (PP) rasgou, violou e até furtou documentos da Cecom (Central Municipal de Compras). Pregões e concorrências vão ser cancelados e a Capital pode enfrentar falta de “remédios nos postos, merenda nas escolas e até viaturas nas ruas”.
Durante vistoria na central, peritos da Polícia Civil e equipe da gestão de Gilmar Olarte (PP), que voltou ao cargo após determinação do Tribunal de Justiça, constataram o furto de vários documentos de licitação. Os processos em tramitação na Cecom somam quase R$ 500 milhões.
Segundo a coordenadora da Cecom, Veridiana Alves Fernandes, o computador (CPU) com todos os pregões presenciais desde 14 de março foi levado da pasta. Com isso, a prefeitura suspende as compras para diversas secretarias.
Dez processos de licitação concluídos, que só dependiam do aval do prefeito, também sumiram e comprometem as compras de produtos para três secretarias: Saúde, Educação e Obras (marmita para os trabalhadores).
O grupo também quebrou cadeiras e mesas da secretaria. Eles teriam furtado ainda processos para de concessão de vale transporte dos funcionários.
As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que serão lançadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 9 de junho, também podem atrasar. Os processos de licitação para pavimentar os bairros Mata do Jacinto, Seminário e Panamá seriam abertos hoje, mas foram suspensos porque documentos sumiram da Cecom.
Dano irreparável - O procurador geral do Município, Fábio Castro Leandro, anunciou a responsabilização de Bernal na Justiça nas áreas cíveis e criminais. Na parte criminal, o grupo poderá responder por violar e furtar documentos.
“A população vai sentir esse dano quando faltar remédios, viatura nas ruas e merenda nas escolas”, avisou o procurador. Ele disse que houve “dano irreparável” para o município.
O secretário municipal de Governo, Rodrigo Pimentel, destacou que a instabilidade política, com a guerra de liminares, prejudica a população e Campo Grande.