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Capital

Guarda admite que equipe apontou armas para jovens porque usavam linha chilena

Rapaz nega versão apresentada pelo secretário e afirma que os guardas não apreenderam a linha

Bruna Marques e Dayene Paz | 07/08/2023 08:47

Após ser questionada sobre a invasão de guardas municipais em uma casa na Rua Tamanduatei, no Jardim Campo Nobre, em Campo Grande, onde um jovem, 23 anos, soltava pipa, na tarde deste domingo (6), a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) informou que a abordagem da GCM (Guarda Civil Metropolitana) se deu porque o morador estava usando linha com cerol.

“A GCM estava realizando rondas na região para coibir o uso de pipa com cerol e linha chilena, produtos ilegais, quando realizaram o flagrante dos indivíduos com os materiais na calçada. A ocorrência evoluiu para o quintal porque os mesmos tentaram fugir. Eles foram novamente abordados e orientados quanto ao uso do material”, esclareceu o secretário Anderson Gonzaga.

O jovem que soltava pipa no momento em que os guardas entraram na casa conversou com o Campo Grande News, ele não se identificou, mas pelo telefone, na manhã desta segunda-feira (7), revelou que a linha que utilizava no momento da abordagem não tinha cerol.

“A linha não tinha cerol, tanto que eles nem levaram com eles. Entraram na minha casa me chamando de vagabundo, sem nenhuma autorização da Justiça”, disse.

Segundo o rapaz, ele estava em frente de casa soltando pipa com o primo, momento em que a viatura da guarda virou a esquina. “Jogamos a lata de linha dentro do quintal, fomos para dentro e fechamos o portão. Um dos guardas puxou o trinco, o outro chutou o portão e entrou”, relembra.

Na sequência, de acordo com o jovem, o guarda apontou a arma em sua direção, o chamou de vagabundo e pediu que ele entregasse os documentos. “Eu falei que não podia entrar sem um mandado, aí ele falou mão na cabeça e deita no chão, eu não deitei. Ele chutou meu cachorro pitbull e que foi para cima dele”.

Os guardas verificaram se no nome do rapaz existia algum registro policial, não encontraram passagens e foram embora. “Eles disseram que éramos suspeitos porque corremos, não corremos. Foi desnecessário, se tivesse me chamado para conversar eu ia numa boa, agora o cara chegou chutando meu portão e apontando arma”, finalizou.

O caso - Na ocasião, além do jovem, estavam presentes duas mulheres, uma criança de 6 anos e dois adolescentes, que foram testemunhas do ocorrido. O morador da casa relatou o incidente com revolta e pediu para preservar sua identidade, destacando o susto e a falta de respeito por parte dos guardas.

"Meu cunhado estava soltando pipa na frente de casa, bem no portão, aí a guarda virou na esquina de carro e ele entrou, sem correr nem nada. Eles pararam com a viatura bem na frente, abriram o portão e já entraram apontando as armas para quem estava ali. Só depois de muito tempo pediram os documentos", contou o morador.

Nas imagens gravadas por uma das testemunhas, é possível observar a ação dos guardas ao entrar no quintal da residência, exigindo que o morador entregasse a linha da pipa, enquanto mantinham as armas apontadas para ele. Um dos guardas estava armado com uma arma longa, aumentando ainda mais o clima de tensão.

O diálogo entre o morador e os guardas foi marcado por acusações, com um dos agentes insinuando que o jovem era suspeito simplesmente por correr, o que foi prontamente contestado pelo rapaz, que afirmou ser um trabalhador. Enquanto um servidor revistava o morador, um terceiro membro da equipe recolhia a pipa que estava no ar.

A atitude dos guardas gerou revolta e medo no morador da residência, que pediu que o caso seja investigado e os responsáveis pelo abuso sejam devidamente responsabilizados, para que casos semelhantes não se repitam.

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