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Capital

Guarda é suspeito de espancar ex-namorada por não aceitar fim do relacionamento

Guarda Civil Metropolitana abriu procedimento e deve afastar servidor até o fim das investigações

Dayene Paz e Bruna Marques | 28/06/2023 11:08


Guarda civil metropolitano, de 51 anos, é suspeito de espancar a ex-namorada, em Campo Grande, por não aceitar o fim do relacionamento. Há, inclusive, um vídeo que mostra a vítima sendo agredida no meio da rua. O caso está sob investigação da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Segundo a vítima, que terá o nome preservado pela reportagem do Campo Grande News, o relacionamento do casal durou apenas três meses. Eles trabalhavam no mesmo local - em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Capital - há cerca de dois anos, onde se conheceram.

"Três meses de namoro, então vi que era muito ciumento. Eu não aguentava mais ele falar que eu traía ele, que eu não ia trabalhar e eu também não podia cumprimentar ninguém. Foi então que decidi terminar, mas ele não me deixou ir e começou as agressões", discorre.

Entre as crises de ciúmes que levaram ao término, a mulher afirma que o guarda "quebrava toda a casa" e até as peças de roupas íntimas dela, cheirava. "Mexia no meu celular quando eu não estava perto e apagou tudo que tinha de mensagem dele para o meu número. Já tinha me ameaçado, se eu terminasse me matava, mas eu não acreditei, porque era tão pouco tempo de namoro", lembra.

Vítima mostra lesões no rosto após ser agredida pelo ex. (Foto: Direto das Ruas)
Vítima mostra lesões no rosto após ser agredida pelo ex. (Foto: Direto das Ruas)

O Campo Grande News teve acesso a três boletins de ocorrência envolvendo o casal. No primeiro, registrado no dia 17 de maio deste ano, foi o próprio guarda que chamou a Polícia Militar. Quando a PM chegou, encontrou ambos feridos. O guarda relatou que havia se desentendido com a namorada e que ela teria puxado uma faca para ele.

Por outro lado, a mulher contou que foi agredida dentro do carro pelo guarda, que também puxou os cabelos dela. Questionado, o suspeito alegou que teria feito isso no intuito de que ela praticasse sexo oral nele. A mulher negou, na ocasião, ter puxado qualquer faca para o guarda.

Já no dia 10 de junho, há registro de outro boletim de ocorrência. Dessa vez, a mulher procurou a polícia dizendo que se sentiu ameaçada. Em outro registro, esta semana, ela procura a polícia mais uma vez com várias lesões no corpo.

De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher conta que foi abordada por dois homens e agredida, no dia 24 de junho. Enquanto um ficou na moto, o outro a empurrou. Ela caiu de rosto no chão e ouviu que era "só um aviso", porque se prejudicasse o ex-namorado "era para se considerar morta". Na sequência, o rapaz desferiu chutes nas costas e cabeça da vítima.

A mulher contou que está com medo e não sai mais de casa. "Não aguento mais, não saio mais de casa, vivo trancada. Quero justiça", disse. Já há medida protetiva de urgência em vigor.

Ao Campo Grande News, a delegada da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Fernanda Piovano, explicou que a mulher registrou quatro boletins de ocorrência contra o acusado. Nos dois primeiras, ela nem aguardou o término do registro e não foi ouvida. Apenas na terceira vez optou pela medida protetiva. A decisão já saiu, mas por ser muito recente, os dois ainda não foram intimados.

"Agora com esse último registro conseguiremos trabalhar melhor, porque tem melhores elementos. Já pedimos a busca e apreensão dele e saindo a decisão judicial vamos tomar as providências", explicou Fernanda.

Já a GCM (Guarda Civil Metropolitana) informou ter conhecimento da denúncia. Segundo o secretário da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), Anderson Gonzaga, "o servidor está de férias, mas foi aberto procedimento e irei publicar o afastamento dele quando retornar, no caso essa semana".

O suspeito também foi procurado e, por meio de advogado do Sindicato dos Guardas, Márcio Almeida respondeu que "vai buscar tomar ciência do processo" e se posicionar sobre o caso.

* Matéria atualizada às 13h20 para acréscimo de resposta.

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