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Capital

Guerra na Máxima teria explodido após bloqueio à ordem de execução do PCC

Presos que ficam em regime isolado teria impedido morte de rival do PCC, que entendeu o "bloqueio" da ordem como uma afronta

Luana Rodrigues | 15/12/2016 15:04
Clima ainda é tenso dentro do presídio. (Foto: Arquivo)
Clima ainda é tenso dentro do presídio. (Foto: Arquivo)

A guerra de ameaças que resultou em um motim dentro do Pavilhão 6 da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande na noite desta quarta-feira (14), teria começado depois de presos impedirem o cumprimento de uma ordem de execução de outro detento, que havia partido do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A informação é da esposa de um preso, que estava no grupo que pediu transferência ontem, por estar sofrendo ameaças dentro do presídio.

Segundo a mulher de 42 anos, que por medo, prefere não se identificar, há cerca de duas semanas, o PCC teria dado uma ordem de execução a um preso que estava no regime RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), também conhecido como “Seguro”- onde ficam presos que por "falta de convívio" com os demais, necessitam de isolamento.

Um detento então teria “descido” ao regime para cumprir a ordem, mas acabou impedido por outros presos que ficam no local.

O bloqueio da ordem de execução teria soado como uma afronta aos líderes do PCC, que ficam em outro pavilhão do presídio. Eles então acabaram ordenando a execução de todos que estavam no RDD, naquele momento. “Meu marido ia morrer se continuasse ali, ele e mais um monte, seria uma chacina na cadeia” conta.

Conforme a mulher, a transferência não significa segurança aos presos “jurados de morte”, porque eles podem ser “pegos” por membros da facção em qualquer outro presídio. Mas, representa um pouco de tranquilidade.

“Eu não queria que fosse assim, porque dependendo da cadeia pra onde ele for, é mais longe e só vou ter poder visitar ele uma vez por mês. Mas, seja pra onde ele for, é melhor do que morrer”, diz.

Jurados de morte - Cinquenta mil reais, "a cabeça”. É isso que vale a morte de um inimigo para facções que atuam dentro de presídios de Mato Grosso do Sul. E a recompensa valiosa tem gerado um verdadeiro caos em penitenciárias do Estado, já que presos de facções rivais estão tendo acesso a área de isolamento daqueles que estão “jurados de morte”.

O Pavilhão 6 do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande foi palco de um motim de 33 detentos nesta quarta-feira (14). Munidos de armas artesanais, eles se recusaram a voltar para as celas, alegando estarem sendo ameaçados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). O grupo pediu também para ser transferido do local.

Os 33 detentos dizem que foram expulsos do local pelo PCC, afirmando saber também que haviam celas serradas para facilitar a saída de presos ligados ao PCC para executar os internos ameaçados.

Apesar dos presos estarem armados, não houve confronto com agentes penitenciários, que conseguiram controlar a situação. Como não houve reféns, nem maior resistência dos presos, o motim não evoluiu para rebelião.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) reconhece o 'período conturbado' dentro de alguns presídios, mas diz que a questão é um problema nacional e que tem buscado soluções para que a situação não se transforme em caos.

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