Homem que torturou enteada de 3 anos estava foragido de presídio havia um ano
Criança foi espancada com fio de ventilador e cinto, sofreu queimadura e fratura exposta na perna
O homem preso nesta madrugada, em Campo Grande, por torturar a enteada de 3 anos, chegando a provocar fratura exposta na criança, estava foragido havia um ano do sistema prisional. Aos 19 anos, ele tem passagens policiais por roubo, furto e violência doméstica, segundo as informações levantadas pela reportagem.
Deveria estar no Complexo Penal da Gameleira, onde não aparece há quase um ano, conforme a investigação feita pelo Campo Grande News. Agora, vai ser alvo de novo inquérito, que ficará a cargo da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
A mãe da menina, de 21 anos, também foi presa, como coautora da violência contra a filha. Conforme a apuração policia, a criança era espancada com fio elétrico, cintos e ainda sofreu queimaduras. Os médicos identificaram, ainda, fratura exposta na tíbia, na perna esquerda.
Com a mulher, havia um bebê de oito meses, levado para abrigo de crianças em situação de risco. A criança de 3 anos, segundo a Santa Casa de Campo Grande, iria passar por cirurgia para corrigir a fratura.
A menina também tem lesões no rosto, possivelmente provocadas por fio de um ventilador, e queimaduras na coxa direita. Quando sair o hospital, também vai para um abrigo.
Segundo as informações obtidas, a família vivia em uma chácara, na rodovia, rodovia que dá acesso a Santa Rita do Pardo.
Médico desconfiou - A polícia foi acionada pelo Conselho Tutelar, por sua vez informado das agressões por equipe médica responsável por atender a criança na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Leblon, onde o casal levou a menina alegando que havia caído do berço, sozinha, no domingo (19).
O médico desconfiou, pois havia lesões com indicações de terem ocorrido em espaço distintos e comunicou o órgão de defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Os policiais, então, foram até a Santa Casa de Campo Grande, para onde a vítima foi transferida e constataram as agressões, com “sedes e cronologias distintas”, na explicação do delegado Jarley Inácio de Souza, responsável pelo flagrante.
“A imagem da criança em si a criança já indicava isso, mas precisava ouvir do profissional”, observou o policial. A mãe foi presa ainda no hospital e de início não quis dizer onde o companheiro estava.
Penas- O casal foi enquadrado no crime de tortura, cuja pena é de até oito anos de reclusão, e poderá ser ampliada, em até um terço, por se tratar de criança, como prevê a lei brasileira . Além disso, explicou o delegado, também houve o chamado concurso de pessoas, quando o ilícito é cometido em conjunto.
Ele está na carceragem do Cepol (Centro Integrado de Polícia Especializada, no Bairro Tiradentes) e ela foi levada para a 2ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Monte Castelo.
A mãe, conforme o delegado, de início se recusou a informar onde o marido estava foi preciso fazer buscas por ele. Foi preso por volta das 4h, pela equipe da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) localizada no Cepol.
O crime de tortura é inafiançável. Nesta quarta-feira, o casal deve passar por audiência de custódia, onde o juiz decide se a prisão atende os requisitos legais e mantém, ou não, o flagrante.