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Capital

Hospital faz intercâmbio de médicos para retomar transplantes

Aliny Mary Dias | 18/02/2014 10:59
Procedimentos voltarão a ser feitos em Campo Grande até o fim do ano, garante hospital (Foto: Marcos Ermínio)
Procedimentos voltarão a ser feitos em Campo Grande até o fim do ano, garante hospital (Foto: Marcos Ermínio)

Suspensos há três meses, os transplantes de rins e coração serão retomados pela Santa Casa depois de uma ação de renovação nas equipes e capacitação dos profissionais. A expectativa da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) é que os rins voltem a ser transplantados até maio. Os procedimentos cardíacos dependem de liberação do Ministério da Saúde, mas os 11 pacientes na fila do Estado serão transplantados em Brasília.

Segundo o diretor técnico do hospital, Luiz Alberto Kanamura, houve uma avaliação em outubro do ano passado e a Santa Casa decidiu paralisar os transplantes de rins em razão de divergências nos procedimentos adotados pelas equipes terceirizadas. Os de coração foram suspensos pelo Ministério da Saúde em dezembro.

Diante de avaliações de equipes do Ministério da Saúde que apontaram desalinho com o protocolo estabelecido nos procedimentos, a Santa Casa iniciou uma renovação nos profissionais e a busca por capacitação em unidades referência no país.

Sobre os transplantes de rins, a suspensão vale até o dia 8 de março e os procedimentos devem recomeçar em meados de maio. O hospital terá duas equipes de nefrologistas e urologistas com cinco profissionais cada.

Em todo o Estado, 400 pessoas aguardam por transplante de rim. Além disso, todos os 99 pacientes que passam por hemodiálise diariamente no hospital e que são atendidos por equipes terceirizadas passam a ser atendidas por equipes internas da Santa Casa.

Segundo o diretor técnico, todo o procedimento tem objetivo de alinhar o trabalho e dar melhor qualidade de vida aos pacientes. “Não adianta ter transplantes sem estrutura ou com ações fora do protocolo estabelecido. Estamos formando equipes novas e quem ganha com isso são os pacientes”, diz Kanamura.

Coração - Outras mudanças ocorrerão nos transplantes cardíacos. No ano passado, três procedimentos foram realizados e dois pacientes morreram. Para capacitar os profissionais, as equipes da Santa Casa irão para o Distrito Federal e Fortaleza, no Ceará, para intercâmbio com os profissionais considerados referências na área. O hospital Albert Einstein, em São Paulo, também fará parte do processo.

Conforme o presidente da ABCG, Wilson Teslenco, não há previsão para a retomada dos transplantes cardíacos, mas eles devem voltar a ocorrer até o fim do ano. Enquanto isso, os 11 pacientes que estão na fila por um novo coração no Estado já estão cadastrados na listagem do Distrito Federal e farão os procedimentos fora de Mato Grosso do Sul. As cirurgias podem ocorrer a partir deste mês.

Riscos - Sobre os riscos que os pacientes que tiveram que passar por transplantes sofreram em procedimentos “fora do protocolo”, a direção da Santa Casa não admite, mas também não nega a situação.

“O risco para o paciente existe quando alguma atitude da equipe médica sai do controle. O que queremos fazer é que todos atuem conforme o protocolo porque ao invés de equipes independentes teremos a Santa Casa como condutora de tudo isso”, afirma Wilson Teslenco.

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