Hospital Regional é investigado por reter macas do Samu
Retenção de macas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) voltou a ser motivo de discussão na área da saúde e o alvo agora é o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O MPE (Ministério Público Estadual) começou a investigar a unidade, nesta segunda-feira (13), por usar os equipamentos do município, deixando as ambulâncias paradas.
“Se o hospital está com os leitos ocupados, a maca não pode ter nada a ver com isso. É um instrumento para que as equipes de resgate realizem seu trabalho. A lei considera grave o ato de tirar de circulação uma ambulância, que deveria estar fazendo o tratamento de pessoas desassistidas, porque está sem maca”, diz o coordenador do Samu, Eduardo Cury.
Para ele, trata-se de um problema de gestão, pois os doentes poderiam ser acomodados nas enfermarias da unidade até liberar vaga no pronto atendimento. “O correto é ter a maca. Não pode funcionar um hospital sem maca. Se é credenciado para a área de emergência, tem que ter macas suficientes”, pontua.
Vários setores - A 32ª Promotoria de Justiça estende a investigação não apenas ao Regional, que pertence ao Estado, mas também à rede municipal. O objetivo é saber se os pacientes estão sendo encaminhados adequadamente das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRS (Centros Regionais de Saúde).
Frederico Garlipp, coordenador de urgência e emergência do Município, garante que todos os casos que envolvem transferências de pacientes ao Regional e outras unidades são clinicamente justificados.
“Não estamos encaminhando pacientes com ficha azul [sem gravidade], com problemas que nós não possamos resolver”, explica.
Por meio da assessoria de imprensa, o Hospital Regional explicou que os diretores se reuniram na semana passada com o Samu, Sesau e o MPE para falar sobre o assunto. A Promotoria prometeu verificar a origem do problema para marcar um novo encontro. Por enquanto, conforme a unidade, a diretoria está aguardando esse retorno.
Além disso, a retenção das macas ocorre porque o PAM (Pronto Atendimento Médico) está operando acima da capacidade e os equipamentos são utilizados enquanto não há liberação de leito. Os pacientes, conforme o hospital, devem ser acomodados da melhor forma possível.