Hospital teme nova erosão no Jardim Anache e região ainda apresenta problemas
Solução feita há mais de década, após cratera de 2008, tem apresentado transtornos ao Hospital São Julião
Mais de uma década depois de a prefeitura ter feito reservatório de detenção para evitar erosão em área no encontro das ruas Lino Villachá e Francisco Pereira Coutinho, em Campo Grande, o problema voltou a causar transtornos a moradores do Jardim Anache, bem como ao Hospital São Julião, que fica nas proximidades.
Em 2008, uma voçoroca (abertura no solo provocada pelas chuvas) foi causada pela ação pluvial registrada à época e a “cratera” formada chegou a apresentar 10 metros de profundidade e 300 metros de largura. O sistema de captação da água das chuvas da região era insuficiente, o que auxiliou na destruição, e o problema só foi resolvido dois anos depois.
Atualmente, quando chove, há acúmulo muito grande de terra. Os próprios funcionários de manutenção do hospital tiram os sedimentos, que atrapalham a passagem de carros e até provocam quedas de motociclistas.
Contudo, segundo representantes do hospital, a solução foi feita de forma paliativa, por meio do reservatório de contenção, popularmente conhecido como “piscinão”.
O bairro foi crescendo e, passadas as chuvas, a captação de água voltou a ser insuficiente. A terra e outros resíduos como entulhos entopem o sistema hídrico. Tudo isso entra no terreno do hospital, mas a força da água é tão forte que alaga tudo e cai numa represa, na nascente do Córrego Coqueiro.
Devido à força da água, o problema novamente chega à rua. Trabalhadores do próprio hospital alegam que o local transborda tanto que a água continua descendo e até derrubou um muro que separa o terreno do hospital com uma área da prefeitura.
O presidente do Hospital São Julião, Carlos Augusto Melke, explica ao Campo Grande News que a área de preservação ambiental que recebe água e resíduos, devido a esse problema, possui várias minas de água que formam o complexo do Córrego Botas.
“Há um ano, mais ou menos, venho demando que eles tomem uma providência, provavelmente o problema vai ocorrer novamente. A tendência é o próprio asfalto ceder com a água que está infiltrando por baixo, e aí você vai criar um desastre ambiental”, declarou.
A reserva, segundo ele, é preservada pela instituição há 80 anos. “Aconteceu ali o primeiro desastre, provavelmente vai ocorrer o segundo, então estamos chamando atenção das autoridades para o problema”.
Em relação à manutenção feita pelo poder público municipal, ele avalia que seja uma medida temporária e que deve se agravar. “Fizeram uma recomposição, ao meu ver, paliativa. E agora com a pavimentação do Nova Lima, a tendência é cada vez descer mais água ali. Você pode perceber, ao passar na rotatória, o tanto de coisa que está descendo. Vai acontecer ali um desastre ambiental”.
Melke pede que a situação seja resolvida pela prefeitura, para evitar mais transtornos. “Com essa pavimentação, se não fizer escoamento até chegar pelo menos no início ali do córrego, todo esse material desce e vai assoreando o córrego".
O gerente de manutenção do hospital Nilson Lopes, de 41 anos, afirma que o problema começou na rua e danificou os arredores. “A rua está intransitável, acumula muita água e sujeira. Em 2021, a prefeitura mandou equipe aqui para ajudar o terreno, mas o reparo foi insuficiente”.
“Além de termos um hospital, temos uma escola no nosso terreno e isso causa muito transtorno. Aqui na rotatória, tem muita queda de motociclista por conta da areia. A prefeitura não limpa a sujeira. É o hospital que tem que trazer mão de obra para as pessoas poderem ter acesso ao hospital. Esperamos uma solução definitiva, o que eles fizeram não está resolvendo a situação”.
Procurada pela reportagem do Campo Grande News, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviço Público) da Capital não respondeu aos questionamentos encaminhados.
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