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Capital

Hospital teme nova erosão no Jardim Anache e região ainda apresenta problemas

Solução feita há mais de década, após cratera de 2008, tem apresentado transtornos ao Hospital São Julião

Guilherme Correia, Idaicy Solano e Bruna Marques | 28/04/2023 11:58
Início de buraco formado na Rua Lino Villachá; em 2008, cratera com mais de 300 metros se formou no local. (Foto: Marcos Maluf)
Início de buraco formado na Rua Lino Villachá; em 2008, cratera com mais de 300 metros se formou no local. (Foto: Marcos Maluf)

Mais de uma década depois de a prefeitura ter feito reservatório de detenção para evitar erosão em área no encontro das ruas Lino Villachá e Francisco Pereira Coutinho, em Campo Grande, o problema voltou a causar transtornos a moradores do Jardim Anache, bem como ao Hospital São Julião, que fica nas proximidades.

Em 2008, uma voçoroca (abertura no solo provocada pelas chuvas) foi causada pela ação pluvial registrada à época e a “cratera” formada chegou a apresentar 10 metros de profundidade e 300 metros de largura. O sistema de captação da água das chuvas da região era insuficiente, o que auxiliou na destruição, e o problema só foi resolvido dois anos depois.

Cratera aberta em 2008 na região foi aterrada dois anos depois. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Cratera aberta em 2008 na região foi aterrada dois anos depois. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Atualmente, quando chove, há acúmulo muito grande de terra. Os próprios funcionários de manutenção do hospital tiram os sedimentos, que atrapalham a passagem de carros e até provocam quedas de motociclistas.

Contudo, segundo representantes do hospital, a solução foi feita de forma paliativa, por meio do reservatório de contenção, popularmente conhecido como “piscinão”.

O bairro foi crescendo e, passadas as chuvas, a captação de água voltou a ser insuficiente. A terra e outros resíduos como entulhos entopem o sistema hídrico. Tudo isso entra no terreno do hospital, mas a força da água é tão forte que alaga tudo e cai numa represa, na nascente do Córrego Coqueiro.

Devido à força da água, o problema novamente chega à rua. Trabalhadores do próprio hospital alegam que o local transborda tanto que a água continua descendo e até derrubou um muro que separa o terreno do hospital com uma área da prefeitura.

Rotatória que dá acesso ao Hospital São Julião acumula terra, o que gera transtorno na região. (Foto: Marcos Maluf)
Rotatória que dá acesso ao Hospital São Julião acumula terra, o que gera transtorno na região. (Foto: Marcos Maluf)

O presidente do Hospital São Julião, Carlos Augusto Melke, explica ao Campo Grande News que a área de preservação ambiental que recebe água e resíduos, devido a esse problema, possui várias minas de água que formam o complexo do Córrego Botas.

“Há um ano, mais ou menos, venho demando que eles tomem uma providência, provavelmente o problema vai ocorrer novamente. A tendência é o próprio asfalto ceder com a água que está infiltrando por baixo, e aí você vai criar um desastre ambiental”, declarou.

A reserva, segundo ele, é preservada pela instituição há 80 anos. “Aconteceu ali o primeiro desastre, provavelmente vai ocorrer o segundo, então estamos chamando atenção das autoridades para o problema”.

Em relação à manutenção feita pelo poder público municipal, ele avalia que seja uma medida temporária e que deve se agravar. “Fizeram uma recomposição, ao meu ver, paliativa. E agora com a pavimentação do Nova Lima, a tendência é cada vez descer mais água ali. Você pode perceber, ao passar na rotatória, o tanto de coisa que está descendo. Vai acontecer ali um desastre ambiental”.

Solução feita em 2010 pelo poder público municipal tem apresentado problemas. (Foto: Marcos Maluf)
Solução feita em 2010 pelo poder público municipal tem apresentado problemas. (Foto: Marcos Maluf)

Melke pede que a situação seja resolvida pela prefeitura, para evitar mais transtornos. “Com essa pavimentação, se não fizer escoamento até chegar pelo menos no início ali do córrego, todo esse material desce e vai assoreando o córrego".

O gerente de manutenção do hospital Nilson Lopes, de 41 anos, afirma que o problema começou na rua e danificou os arredores. “A rua está intransitável, acumula muita água e sujeira. Em 2021, a prefeitura mandou equipe aqui para ajudar o terreno, mas o reparo foi insuficiente”.

Funcionários do Hospital São Julião durante manutenção do local. (Foto: Marcos Maluf)
Funcionários do Hospital São Julião durante manutenção do local. (Foto: Marcos Maluf)

“Além de termos um hospital, temos uma escola no nosso terreno e isso causa muito transtorno. Aqui na rotatória, tem muita queda de motociclista por conta da areia. A prefeitura não limpa a sujeira. É o hospital que tem que trazer mão de obra para as pessoas poderem ter acesso ao hospital. Esperamos uma solução definitiva, o que eles fizeram não está resolvendo a situação”.

Procurada pela reportagem do Campo Grande News, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviço Público) da Capital não respondeu aos questionamentos encaminhados.

Confira a galeria de imagens:

  • Vegetação se formou na região da cratera, mas entulho tem dificultado escoamento. (Foto: Marcos Maluf)
  • O gerente de manutenção do Hospital São Julião, Nilson Lopes. (Foto: Marcos Maluf)
  • Amontoado de terra que os próprios funcionários do hospital fizeram. (Foto: Marcos Maluf)
  • Córrego Coqueiro tem recebido água e sedimentos devido à falta de escoamento. (Foto: Marcos Maluf)
  • Valetas foram tomadas por vegetação e lixo. (Foto: Marcos Maluf)
  • Canais de escoamento da água também têm tido descarte irregular de lixo. (Foto: Marcos Maluf)
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