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Capital

Idosa faz teste para ver se vacina funcionou e resultado surpreende

Infectologista avisa que produção de anticorpos não é única resposta imune das vacinas contra covid-19

Lucia Morel | 22/04/2021 14:52
Profissional mostra dose de vacina em seringa, antes de ser aplicada.(Foto: Paulo Francis)
Profissional mostra dose de vacina em seringa, antes de ser aplicada.(Foto: Paulo Francis)

Algum exame mostra se o corpo reagiu bem à vacina contra covid-19 e está pronto para atacar o vírus? A resposta é sim, no entanto, o indicado é fazê-lo apenas sob orientação médica.

Leitor do Campo Grande News buscou o Direto das Ruas informando que a mãe, Acir Quevedo, de 77 anos, tomou a segunda e última dose do imunizante contra o novo coronavírus no dia 29 de março e em 20 de abril fez um exame para identificar anticorpos neutralizantes.

Surpresa deles foi verificar resultado abaixo dos 20%, o que pressupõe o organismo da idosa permanece sem defesa contra a covid-19. “Ficamos com medo por vário vídeos na Internet relatando que foram enganados na hora de vacinar. Vídeos em que aparecem funcionários fingindo que estão vacinando mas na verdade não injetaram as vacinas”, cita o filho, Paulo.

Resultado do exame feito por Acir. (Foto: Reprodução)
Resultado do exame feito por Acir. (Foto: Reprodução)

A infectologista Mariana Croda explica que “não se deve testar justamente por isso”, ou seja, para saber se o corpo criou imunidade, a não ser que seja solicitado pelo médico. “Um tipo de vacina é especifico para proteína S do vírus. Testes que não detectem essa proteína (como acho que é esse) podem dar falso negativo”, afirma.

Além disso, a médica, que também é pesquisadora na área, reforça que “a imunidade  não depende apenas de anticorpos. A resposta celular, feita pelos linfócitos T, tem um papel relevante na defesa contra o vírus, e o teste não vai detectá-los”.

Outro ponto evidenciado pela infectologista é em relação o tempo de realização do exame e orienta que “os anticorpos demoram a aparecer e testar antes de 30 dias da segunda dose também causa essa confusão”.

Por fim, Croda reafirma que nenhuma das vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil – Coronavac e AstraZeneca - protege 100% contra a infecção do novo coronavírus e por isso, “independentemente da presença de anticorpos, os mesmos cuidados de biossegurança devem ser mantidos até que grande parcela da população esteja vacinada e a circulação viral esteja controlada”.

Direto das Ruas – A informação chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação.

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