Inaugurado há 10 anos, centro comunitário vira depósito de lixo
Moradores da região chegaram a organizar mutirão de limpeza, mas no momento a situação do local é de abandono
Era para ser um espaço usado para atividades dos moradores Bairro Jardim das Cerejeiras, mas virou um depósito de lixo, abrigo para dependentes químicos e criadouro de animais peçonhentos. Reivindicando melhorias, a população da região espera por uma solução.
O prédio foi inaugurado em setembro de 2012, ainda no governo do então prefeito Nelson Trad Filho. Agora, está totalmente abandonado. Moradores dizem que o líder comunitário que gerenciava o local não conseguia manter sozinho os custos.
Apesar de ter chegado ao bairro após a entrega do centro comunitário, Graciela Sergia, de 70 anos, conta que ainda conseguiu vivenciar a ‘era de ouro' do local. “Minha família fazia festas para as crianças. No Dia das Crianças, tinha pula-pula, bolo e arrecadação de brinquedos, era uma coisa muito boa", relembra.
Aos poucos, o local deixou de ser usado como salão de festa e foi se tornando um depósito de lixo. Tentando evitar a procriação de mosquitos da dengue, Graciela chega a atuar como um tipo de fiscal, vistoriando possíveis focos. Até mutirão de limpeza já foi organizado pelos moradores: “Nós já tentamos fazer um mutirão e pagamos 50 reais para o vizinho que trouxe a máquina dele para limpar aqui, mas os outros jogam lixo".
Precisando pegar ônibus antes das 5 horas da manhã, Marlúcia Matias do Nascimento, 48 anos, conta que o mato alto perto do ponto traz sentimento de insegurança. Como forma de se resguardar, a doméstica prefere esperar a condução do outro lado da rua, em frente a casa dela.
"Moro aqui há mais de 15 anos. No começo, o lugar era limpo e organizado, mas agora está tudo quebrado e abandonado. Antes, tinha oficina de crochê, bordado e faziam festas para as crianças. Agora não dá para usar para nada. Eu espero que alguém tome conta e organize o local. Poderia ter cursos e atividades para as pessoas usarem esse espaço, que está muito abandonado", diz Marlúcia.
Morando há 15 anos na região, Cristiane Pereira Martins, 36 anos, relembra o momento em que o local estava em construção e fala da expectativa positiva da população. A dona de casa ainda explica que o local começou a ser depredado após a mudança do presidente do centro comunitário. “A molecada foi acabando com tudo e não se preocupou mais em cuidar”, conta.
A moradora ainda diz que seu desejo é ver o centro funcionando novamente: “Eu gostaria que colocassem uma calçada, acabassem com o matagal e a sujeira, e reativassem o centro. Seria bom também que houvesse uma academia ao ar livre".
O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura para falar sobre a situação, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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