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Capital

Incubadoras de Campo Grande vão receber R$ 14 milhões em investimentos

Obras emergenciais custarão R$ 2 milhões, enquanto o restante vai para modernização de prédios

Nyelder Rodrigues | 08/11/2021 12:53
Empresa que já foi incubada é exemplo de empreendimento que seguiu suas atividades após apoio inicial. (Foto: Paulo Francis)
Empresa que já foi incubada é exemplo de empreendimento que seguiu suas atividades após apoio inicial. (Foto: Paulo Francis)

Além de anunciar a ampliação do programa de incubação de empresas, oferecendo maior capacitação aos participantes e abrindo espaço para cooperativas e interessados em exportar no Mercosul, a Prefeitura de Campo Grande também revelou que vai investir R$ 14 milhões nas quatro unidades do projeto na cidade.

Localizadas nos bairros Zé Pereira (unidade de artesanatos), Santa Emília (alimentos), Estrela Dalva (tecnologia) e Mário Covas (têxtil), as quatro incubadoras vão passar por obras emergenciais avaliadas em R$ 2 milhões.

Serão reformadas partes elétrica, hidráulica e de pintura, além de trocado e reparados telhados e forros. Além disso, as portas convencionais serão trocadas por portas de blindex nas quatro unidades de incubação campo-grandense.

Já os demais R$ 12 milhões vão ser investidos em uma segunda fase de obras, focadas na modernização da estrutura para ofertar as oportunidades que devem ser oferecidas a partir de agora com a ampliação do programa. Haverão desde adequação para espaços colaborativos até repaginação paisagística dos locais.

Outra novidade é a implantação de tecnologias sustentáveis nessas quatro incubadoras, como é o caso de placas de energia solar, utilização de carros elétricos, biodigestor e até criação de agroflorestas, explica o chefe da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), Rodrigo Terra.

Já produtos da Oriente Alimentos ainda contam com apoio da incubadora municipal. (Foto: Paulo Francis)
Já produtos da Oriente Alimentos ainda contam com apoio da incubadora municipal. (Foto: Paulo Francis)

"De 2004 até abril deste ano, foram 107 empresas incubadas nas quatro unidades e apenas 28 foram graduadas. Com essa modernização, queremos aumentar a procura por empresas ao programa e também o de graduadas", comenta o secretário municipal.

Meta em 2022 e exemplos - Um dos objetivos para o ano que vem é incubar até 30 empresas em Campo Grande. Para tal, será aberto em janeiro, um edital para selecionar os projetos que serão contemplados - além da capacitação, há o espaço físico.

"O custo de você ficar na incubadora fica em 20% do que você vê aí no mercado. Então, é uma coisa mínima, além do apoio técnico recebido", explica o empresário Joaquim Carvalho, dono da Raffinée Alimentos, que foi incubada por dois anos, entre 2012 e 2014 - antes o prazo máximo era de dois anos, sendo ampliado agora para cinco.

Focado atualmente em dois produtos, petit gateau e brownie, a empresa busca viabilizar exportações para a América do Sul, aproveitando a Rila (Rota de Integração Latino-americana). "Ali na incubadora, abri os olhos e passei a ver o mundo bem maior. Aprendi que fazendo o seu produtos com amor e carinho, chega a todos".

Prefeito Marquinhos Trad, ao lado de empresários que estão incubados em Campo Grande e de dois de seus secretários municipais. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Prefeito Marquinhos Trad, ao lado de empresários que estão incubados em Campo Grande e de dois de seus secretários municipais. (Foto: Nyelder Rodrigues)

Joaquim diz que era do ramo de artesanato e resolveu empreender em alimentação, a partir de uma receita feita pela mulher. "Agora, com essa modernização, com certeza terá uma alavanca muito forte, pois além da infraestrutura completa, agora terão todo o apoio. Fazer tudo sozinho é muito gasto, muito difícil", conclui.

Outro que também foi ao evento e comemora a ampliação do projeto é o ainda incubado Fernando Almeida, que iniciou há quase dois anos seu período de uso do espaço e diz já estar pronto para alçar voos maiores. "Já estamos preparando projetos no Finame com apoio da Funsat e da Incubadora. Estamos caminhando bem", revela.

Fernando era do ramo de mecânica e entrou na alimentação como investir na empresa do filho, a Oriente Alimentos. "É o mercado que dita as regras", destaca, revelando também que começou com fabricação de kaftas, mas teve que migrar.

"Nesse período, foram várias pesquisas para ter um produto praticamente definido. Se não fosse a incubadora, não teríamos nenhum parâmetro de mercado. Com apoio de técnicos e nutricionistas, conseguimos mudar nosso foco e atendemos vários pontos na cidade", comenta o empresário, que atualmente investe em mandiocas.

A aposta nas mandiocas em dadinhos vem pelo baixo custo do produto e aceitação no mercado, em contraponto ao alto custo da carne. "Foi bem na época da alta, subiu muito e ficou inviável. O custo da bandeja ficou em R$ 30. Já a mandioca até para o comerciante, dá uma margem de lucro bastante grande. Barata e tradicional".

Marquinhos, ao lado do chefe da Sidagro, Rodrigo Terra, e de vereadores de Campo Grande, sancionando a lei que regula as incubadoras. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Marquinhos, ao lado do chefe da Sidagro, Rodrigo Terra, e de vereadores de Campo Grande, sancionando a lei que regula as incubadoras. (Foto: Nyelder Rodrigues)
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