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Capital

Indiciado jovem que confessou assassinato de administrador

Devanir Paltanin morreu esfaqueado por parceiro em março deste ano; polícia, porém, não vê crime de ódio

Lucia Morel | 20/10/2022 16:08
Indiciado jovem que confessou assassinato de administrador
Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, se apresentou em 30 de março. (Foto: Paulo Francis)

Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, assassino confesso do administrador Devanir Paltanin, 46 anos, em março deste ano foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. Apesar da violência do crime, a delegada da 7ª Delegacia de Polícia, Franciele Candoti não vislumbrou crime de ódio. A vítima era homossexual.

Na data do crime, 25 de março, o corpo de Devanir foi encontrado com várias perfurações de faca e cogitou-se tratar-se de crime de ódio. Entretanto, a delegada informou que o autor confessou o crime e que os dois mantinham relacionamento há pelo menos quatro meses. “Houve um desentendimento entre eles”, disse.

Sobre o uso de drogas ter influenciado na violência entre eles, a delegada avalia que não pode dizer se foi determinante e que a confissão de Carlos demonstrou que questões mais subjetivas originaram o crime, como o fato, por exemplo, do relacionamento deles não ser exclusivo. “O Carlos mantinha relacionamento também com mulheres e Devanir só com homens”, relatou.

Strogueia se entregou em 30 de março à polícia e contou que, além de ter agido em legítima defesa, um dos motivos do crime teria sido o fato de Devanir ter se apresentado a ele com outra identidade, usando nome de Roger.

“Foi uma agressão bastante violenta, mas o que levou a isso foi um motivo fútil, algo muito pessoal do Carlos”, enfatiza, relembrando que Devanir, ao ser questionado sobre a omissão de sua verdadeira identidade, pegou uma faca e atacou Carlos, que se defendeu e acabou tomando o instrumento da mão da vítima e o matou. A delegada não lembra quantas facadas foram identificadas no corpo de Devanir no laudo necroscópico.

Indiciado jovem que confessou assassinato de administrador
Devanir Paltanin, 46 anos, em foto mais recente nas redes sociais. (Foto: Redes Sociais)

Carlos responde ao crime em liberdade e a polícia não pediu sua prisão preventiva porque “não vislumbrei motivos previstos em lei para tal. Ele não tentou fugir, não apagou provas, não tentou coagir testemunhas”, elenca Candoti.

Caso - O corpo de Devanir foi encontrado na sexta-feira, dia 25, no chão da sala da casa onde Carlos Roberto mora, depois que o pai do rapaz foi à polícia preocupado com o filho e pediu que policiais fosse à residência. O suspeito estava muito transtornado e ferido, descreveu o pai.

O imóvel estava revirado, com muitas roupas jogadas por todos os lados, embalagens de preservativo. Um cachimbo também estava sobre uma mesa, indicando o uso de drogas. O suspeito, conforme o pai contou à polícia, seria usuário de drogas.

Devanir estava nu, com muitas marcas de cortes pelo corpo. Ele é natural do Paraná, era formado em Administração, trabalhava de motorista de aplicativo e morava no Jardim Centenário, na saída para São Paulo, em Campo Grande, com uma amiga.

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