Briga acabou em morte após descoberta de “dupla identidade”, confessa assassino
Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, alega que desarmou vítima durante confusão e a esfaqueou

A briga que terminou na morte de Devanir Paltanin, de 46 anos, começou com a vítima sendo confrontada por mentir sobre sua identidade para o assassino confesso, Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos. O mais velho foi assassinado a facadas na madrugada de quinta-feira (24), na residência do mais novo, na Vila Bordon, região do Indubrasil, em Campo Grande. O corpo foi descoberto após o pai de Carlos pedir ajuda à polícia para ir até a casa do filho, que havia o procurado bastante transtornado.
Interrogado pela delegada Franciele Candotti, nesta quarta-feira (30), o rapaz revelou que ele e o homem assassinado se encontravam há cerca de quatro meses, mas Devanir se apresentava como Roger. Os dois se conheceram em aplicativo para relacionamentos e na semana passada, Carlos descobriu que o parceiro estava mentindo. Ele chamou a vítima para ir à sua casa com a intenção de confrontá-la.
Conforme descreveu à delegada, quando Devanir chegou, os dois tiveram relações sexuais e usaram drogas. Só depois que Carlos lembrou-se de questionar a vítima sobre a mentira.
Eles começaram a discutir. O assassino narra que Devanir tentou abraçá-lo por duas vezes e, por isso, Carlos o empurrou. Após o segundo empurrão, a vítima teria ficado bem nervosa e pegado uma faca para atacar o rapaz.
Carlos até mostrou à polícia um corte no peito e lesões nas mãos, que, segundo a delegada, parecem ser ferimentos de defesa. O assassino confesso disse que conseguiu desarmar Devanir e com raiva, o esfaqueou várias vezes. Ele contou que usou duas facas.
Quando percebeu que a vítima estava morta, na versão de Carlos, ele se desesperou. Cobriu o corpo com um cobertor, enrolou as facas em um pano e descartou num córrego, antes de procurar o pai.
Ele foi ouvido e liberado, mas se dispôs a levar a polícia até o local onde atirou as armas do crime e também a participar de uma reconstituição.
A polícia ainda investiga se Carlos tentou esquartejar a vítima para tentar se livrar do corpo, porque na pia da cozinha, havia um cutelo lavado, que foi apreendido, e na panturrilha da vítima, um corte profundo feito após a morte.
A delegada deve indiciar Carlos por homicídio qualificado por meio cruel. Embora o assassino confesso tenha admitido que ninguém de família sabia de sua homossexualidade, ela descarta que o crime tenha sido cometido por homofobia.
O crime - O corpo de Devanir foi encontrado na sexta-feira, dia 25, no chão da sala da casa onde Carlos Roberto mora, depois que o pai do rapaz foi à polícia preocupado com o filho e pediu que policiais fosse à residência. O suspeito estava muito transtornado e ferido, descreveu o pai.
O imóvel estava revirado, com muitas roupas jogadas por todos os lados, embalagens de preservativo. Um cachimbo também estava sobre uma mesa, indicando o uso de drogas. O suspeito, conforme o pai contou à polícia, seria usuário de drogas.
Devanir estava nu, com muitas marcas de cortes pelo corpo. Ele é natural do Paraná, era formado em Administração, trabalhava de motorista de aplicativo e morava no Jardim Centenário, na saída para São Paulo, em Campo Grande, com uma amiga.