ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, TERÇA  04    CAMPO GRANDE 33º

Capital

Briga acabou em morte após descoberta de “dupla identidade”, confessa assassino

Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, alega que desarmou vítima durante confusão e a esfaqueou

Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 31/03/2022 16:04
Briga acabou em morte após descoberta de “dupla identidade”, confessa assassino
Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos, logo atrás da advogada Luciana Ghattas, que o acompanhou durante o interrogatório ontem. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

A briga que terminou na morte de Devanir Paltanin, de 46 anos, começou com a vítima sendo confrontada por mentir sobre sua identidade para o assassino confesso, Carlos Roberto Silva Strogueia, de 24 anos. O mais velho foi assassinado a facadas na madrugada de quinta-feira (24), na residência do mais novo, na Vila Bordon, região do Indubrasil, em Campo Grande. O corpo foi descoberto após o pai de Carlos pedir ajuda à polícia para ir até a casa do filho, que havia o procurado bastante transtornado.

Interrogado pela delegada Franciele Candotti, nesta quarta-feira (30), o rapaz revelou que ele e o homem assassinado se encontravam há cerca de quatro meses, mas Devanir se apresentava como Roger. Os dois se conheceram em aplicativo para relacionamentos e na semana passada, Carlos descobriu que o parceiro estava mentindo. Ele chamou a vítima para ir à sua casa com a intenção de confrontá-la.

Conforme descreveu à delegada, quando Devanir chegou, os dois tiveram relações sexuais e usaram drogas. Só depois que Carlos lembrou-se de questionar a vítima sobre a mentira.

Eles começaram a discutir. O assassino narra que Devanir tentou abraçá-lo por duas vezes e, por isso, Carlos o empurrou. Após o segundo empurrão, a vítima teria ficado bem nervosa e pegado uma faca para atacar o rapaz.

Carlos até mostrou à polícia um corte no peito e lesões nas mãos, que, segundo a delegada, parecem ser ferimentos de defesa. O assassino confesso disse que conseguiu desarmar Devanir e com raiva, o esfaqueou várias vezes. Ele contou que usou duas facas.

Quando percebeu que a vítima estava morta, na versão de Carlos, ele se desesperou. Cobriu o corpo com um cobertor, enrolou as facas em um pano e descartou num córrego, antes de procurar o pai.

Ele foi ouvido e liberado, mas se dispôs a levar a polícia até o local onde atirou as armas do crime e também a participar de uma reconstituição.

A polícia ainda investiga se Carlos tentou esquartejar a vítima para tentar se livrar do corpo, porque na pia da cozinha, havia um cutelo lavado, que foi apreendido, e na panturrilha da vítima, um corte profundo feito após a morte.

A delegada deve indiciar Carlos por homicídio qualificado por meio cruel. Embora o assassino confesso tenha admitido que ninguém de família sabia de sua homossexualidade, ela descarta que o crime tenha sido cometido por homofobia.

O crime - O corpo de Devanir foi encontrado na sexta-feira, dia 25, no chão da sala da casa onde Carlos Roberto mora, depois que o pai do rapaz foi à polícia preocupado com o filho e pediu que policiais fosse à residência. O suspeito estava muito transtornado e ferido, descreveu o pai.

O imóvel estava revirado, com muitas roupas jogadas por todos os lados, embalagens de preservativo. Um cachimbo também estava sobre uma mesa, indicando o uso de drogas. O suspeito, conforme o pai contou à polícia, seria usuário de drogas.

Devanir estava nu, com muitas marcas de cortes pelo corpo. Ele é natural do Paraná, era formado em Administração, trabalhava de motorista de aplicativo e morava no Jardim Centenário, na saída para São Paulo, em Campo Grande, com uma amiga.

Nos siga no Google Notícias