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Capital

Indígenas feridos em atentado a ônibus continuam internados

Ana Paula Carvalho | 09/06/2011 17:43
Vítimas de atentado a ônibus continuam internadas na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Vítimas de atentado a ônibus continuam internadas na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

Quatro, dos cinco indígenas feridos no atentado a um ônibus escolar em Miranda, município distante 201 quilómetros da Capital, na última sexta-feira (13) continuam internados na Santa Casa de Campo Grande.

Nayara Francisco Vitor permanece internada no Hospital de Miranda com ferimentos leves.

Devido às queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, o estado de saúde das vítimas Laércio Xavier Correia, motorista, Rosana de Oliveira Martins, 29 anos, Lurdivane Pires, de 28 anos, e um adolescente de 15 anos, é considerado grave.

Segundo o Hospital, mesmo com a gravidade das queimaduras o quadro dos pacientes está estabilizado. Eles continuam na “ala dos queimados” e não há previsão de alta.

Investigação- Nessa quarta-feira (08) foi instaurado o inquérito na Polícia Federal. Segundo a comunicação do órgão, não há novidades sobre o caso, já que o delegado só começou a investigar ontem.

Antes o caso estava com a Polícia Civil de Miranda, de acordo com eles, o autor estava escondido na mata, ás margens da estrada em atitude de emboscada. Não está descartada a possibilidade de conflito entre índios, ou mesmo outros conflitos por conta de conflitos de terras.

Cinco testemunhas foram ouvidas pela Policia e o ônibus foi periciado. Foram encontrados vestígios de explosivos. As pedras que estavam no ônibus, segundo testemunhas, foram lançadas pelos passageiros que conseguiram sair, no objetivo de quebrar os vidros para facilitar a saída dos outros.

Estado de saúde das vítimas do atentado a ônibus é considerado grave. (Foto: João Garrigó)
Estado de saúde das vítimas do atentado a ônibus é considerado grave. (Foto: João Garrigó)

O caso- O ataque aconteceu na última sexta-feira (03) quando ônibus voltava para a aldeia cachoeirinha. O ônibus seguia na Rua Principal da Aldeia Babaçu, cerca de oito quilômetros do centro urbano de Miranda. No atentado, foi lançada uma garrafa com líquido explosivo no ônibus, que transportava 30 alunos indígenas que cursam o Ensino Médio naquela cidade.

Conflito- Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.

No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedades em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian.

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