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Capital

Inseguras, mães pedem aulas on-line na rede pública de Campo Grande

Responsáveis estão receosas com casos de ataque em escolas no País e temem possíveis atentados

Natália Olliver e Thays Scnheider | 13/04/2023 17:05
Mães pedem por retorno de aulas on-line até que período conturbado passe (Foto: Alex Machado)
Mães pedem por retorno de aulas on-line até que período conturbado passe (Foto: Alex Machado)

Mães de alunos da Escola Municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz, localizada no Bairro Zé Pereira, se reuniram em frente à unidade escolar, na tarde desta quinta-feira (13), para pedir que a direção volte com as aulas on-line. A solicitação é uma tentativa de proteger os filhos de possíveis ataques que circulam nas redes sociais.

Ao Campo Grande News, Luana Cristiny, de 22 anos, disse que o filho chora para não ir para a escola. “Todos os dias notícias nos jornais de morte em escolas. Pedi à diretora para passar as atividades para ele fazer em casa até esse caos passar, mas ela não deu ouvidos”.

Luana Cristiny diz que tem medo de deixar filho ir para escola (Foto: Alex Machado)
Luana Cristiny diz que tem medo de deixar filho ir para escola (Foto: Alex Machado)

O receio é tão grande que a mãe se prontificou a ficar de guarda e fazer revezamento com outros pais na entrada da escola. “Disse para gente realizar um rodízio de pais, um fica na entrada e outro na saída”.

Bárbara Rocha, de 23 anos, ressaltou que não vai deixar o filho ir à escola. “Estão brincando com a vida dos nossos filhos, é lamentável. A única coisa que a diretora disse foi para os pais se organizarem e fazer uma vaquinha e comprar concertina e colocar na escola", disse.

A recepcionista Mariane Lopes, de 27 anos, comentou que a situação é complicada e gera medo nos pais. “Se não mandamos nossos filhos para a escola o bolsa família é cortado e se mandamos corremos o risco de acontecer o pior. Porque não sabemos o que é verdade e o que é mentira. Nosso bem mais precioso são nossos filhos e estão à mercê de pessoas mal intencionadas”, finalizou.

Mariane Lopes também participou do ato em frente à Escola Municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz (Foto: Alex Machado)
Mariane Lopes também participou do ato em frente à Escola Municipal Desembargador Carlos Garcia de Queiroz (Foto: Alex Machado)

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que possui uma parceria com a Guarda Municipal e com a Sejusp-MS (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública), por meio do Programa Escola Segura Família Forte, que monitora escolas e também desenvolve palestras e conversas preventivas com os alunos.

A pasta ainda esclareceu que a direção escolar aciona os órgãos competentes sempre que apresentado algum tipo de comportamento inadequado nas unidades escolares.

"Também existe o Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar (Secoe), que realiza periodicamente cursos de formação continuada com diretores e coordenadores, para que estes saibam identificar os casos de abusos e violência e realizarem as denúncias aos órgãos competentes).

O Setor atua com palestras preventivas nas escolas, por meio de conversas com alunos sobre bullying e violência.

Salientamos que todas as unidades estão sendo monitoradas pelas secretarias de segurança e também de maneira cibernética".

Caso recente - Conforme já publicado pelo Campo Grande News, na Capital, o pânico de invasões e atentados em escolas chegou ao ponto de adolescentes decidirem se armar “para se defender”.

Entre terça e quarta-feira (12), estudantes de colégios públicos e particulares de Campo Grande foram pegos com facas, canivete e até martelo em mochilas. Nos três casos, meninos e meninas alegaram que estavam prontos para responder a agressões em caso de ataque.

No fim da manhã de hoje, garoto de 12 anos, estudante de colégio particular localizado no Jardim Leblon, na Capital, foi pego com duas facas e martelo na mochila. A Polícia Militar foi chamada e o menino acabou levado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Em depoimento, ele afirmou que não tinha a intenção de ferir ninguém. Aliás, só foi pego porque conversa dele com um amigo acabou delatada. Ele dizia que o colega poderia ficar perto dele caso alguma coisa acontecesse, porque ele estava “pronto para se defender”.

Outros casos – Chegaram ao Campo Grande News, nesta terça-feira (12), histórias de outras duas crianças da Capital. Essas ocorrências, porém, não foram parar na polícia.

Uma delas, uma menina de 9 anos, aluna do 4º ano de escola no Bairro Taveirópolis, levou um canivete para o dia de aula. Ao ser pega com o objeto, na tarde de ontem (11), ela justificou que “ninguém a mataria”.

Também na manhã de terça-feira, aluno de unidade da rede pública na região da Coophavila levou uma faca de serra para a escola. Os pais dele foram chamados para conversa porque o menino disse que havia sido ideia deles que colocar o objeto na mochila “para proteção”.

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