“Isso vai cair”, avalia moradora em relação à obra que avança sobre o asfalto
Defesa Civil, equipes da Semadur e da Sisep foram acionadas por vizinhos para avaliarem o local
“Eu estou com medo de ficar na minha própria casa, se isso (a obra) desmoronar, eu não tenho para onde correr”. O desabafo é de Célia Martins, de 55 anos, moradora da Rua Iara, no Jardim dos Estados, há anos, nos fundos da Avenida Ricardo Brandão.
Na manhã desta quinta-feira (11), parte do tapume que cobre a construção cedeu e caiu no grande buraco aberto para a construção dos sobrados. A cena deixou os moradores da região assustados. Célia contou ao Campo Grande News que o barulho foi bem forte. “Pensei que uma máquina tinha caído, mas depois vi que o tapume havia se soltado. Mas dá para ver que isso vai cair a qualquer momento”, relatou.
Ela teme que o asfalto seja o próximo a ceder, já que é possível ver que a terra debaixo da pavimentação está caindo e a malha ficando oca. Ela e mais outra moradora, a professora Lucka Pimenta, acionaram a Defesa Civil para dar um parecer do local, se é seguro ou não para ficar, mas através do WhatsApp a equipe disse que estavam sem engenheiro para ir até o local, para fazer uma avaliação.
Além da Defesa Civil, equipes da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos) também foram acionadas pelas moradoras para avaliarem o local.
O terreno foi desmatado em março, para ser iniciada a obra de um novo condomínio de casas. A comunidade alega que no local há duas Áreas de Preservação Permanente: um terreno com um declive de mais de 45 graus numa encosta, onde está a margem direita do córrego, e do outro lado uma pirambeira de inclinação de 88 graus.
Denúncia - O motivo da primeira denúncia foi a retirada das 27 árvores que estavam localizadas no lote. A supressão foi autorizada pela Semadur e o órgão nega que o local seja uma Área de Preservação Permanente.
O terreno começa na Rua Iara, faz a volta por uma casa e termina próximo a um barranco na Travessa Dona Sabina, são 2.400 metros. Moradores alegam que a ação da construtora pode prejudicar animais que vivem na mata e até causar acidentes.
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