Juiz aprova nova área para transferir Favela Cidade de Deus
O juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, Luiz Felipe Medeiros Vieira, visitou o loteamento no Jardim Noroeste, onde as famílias que moram na favela Cidade de Deus serão realocadas e informou que o local está apto para receber os moradores. ” Aqui é melhor do que lá{Cidade de Deus}. Aqui já atende as necessidades de àgua e luz. Só por isso já é bem melhor do que onde eles estão”, afirma o magistrado.
A procuradora adjunta da Prefeitura de Campo Grande Kátia Silene Sarturi informou ao magistrado que o local já tem àgua e energia e não tem nenhum litigio que possa impedir a estada dos moradores da Cidade de Deus no local.Ela informou ainda que próximo do local existem escolas, creches e posto de saúde que pode atender os moradores que serão realocados na região. “Caso seja necessário a Prefeitura vai disponibilizar um ônibus para levar as crianças até as escolas na região do Cidade de Deus”, explicou a procuradora ao magistrado.
Ela ainda informou ao juiz que a prefeitura ajudará com 100 homens para fazer a remoção das famílias do local e também ajudarão a montaram os barracos no novo loteamento. Questionada pela procuradora de Justiça, Jaceguara Passos, se as famílias vão receber alguma infraestrutura para montar as casas, Kátia Sarturi, explica que apenas os homens e caso seja necessário as famílias receberam lonas como forma emergencial.
O juiz Luiz Vieira comentou ainda que existe uma ação dos moradores do Jardim Noroeste que pede que as famílias da favela Cidade de Deus não sejam realocadas no local em razão de causar prejuízos ao meio ambiente. Técnicos da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informaram ao magistrado que uma saída para amenizar o problema seria cascalhar as ruas que atenuaria a erosão no local. Os técnicos informaram ainda que a saída melhor seria fazer galerias de água para conter a erosão, mas a curto prazo o cascalhamento atenuaria bem o problema.
A promotora Jaceguara Passos explicou que o local tem água e luz, mas na visão do MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) não é só isso que tem que ser analisado. “Aqui sem duvida é melhor que o lugar onde essas famílias estão, mas o que é fato que os moradores da Cidade de Deus vão ser removidas, mas na visão do MPE temos que analisar além de ter água e luz o local se vai atender as necessidades dos moradores, como escolas, postos de saúde e se tem acessibilidade”, explica a promotora.
O loteamento está sendo guardado por homens da Guarda Municipal em razão de que centenas de sem teto tentarem no final da tarde de ontem(3) invadirem o local. hoje, durante a vistória do juiz e da promotora manifestantes tentaram falar com o magistrado.