Juiz manda a júri popular trio acusado de esquartejar e queimar casal
Descrito como "brutal, incomum e com um sofrimento desnecessário", crime aconteceu em agosto de 2021
O juiz Aluízio Pereira dos Santos pronunciou o trio acusado de matar e esquartejar Priscilla Gonçalves Alves e Pedro Vilha Alta por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, com isso, Alexandre de Oliveira Gimenes, Grasieli Félix Ferreira e Ana Carla Pereira de Oliveira devem ir a júri popular. O crime aconteceu em agosto de 2021 e a decisão é do início de dezembro.
Conforme a decisão, Ana Carla foi pronunciada por homicídio qualificado por motivo fútil com emprego de fogo e tortura, Alexandre e Grasieli pelo mesmo crime praticado mediante promessa de recompensa e pagamento e os três pelo crime de ocultação de cadáver.
O casal foi morto, esquartejado e queimado, antes de ser deixado às margens da BR-262, no dia 16 de agosto, em Campo Grande. No dia 15 de fevereiro, duas mulheres de 31 e 35 anos foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido pelo crime.
Em março deste ano o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou o trio pelo homicídio. O crime foi descrito como “brutal, incomum e com um sofrimento desnecessário". Em novembro o promotor de Justiça, José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, pediu para que eles fossem submetidos a júri.
A decisão do juiz substituto na 1ª Vara do Tribunal do Júri foi protocolada no dia 7 de dezembro. O julgamento ainda não foi marcado. Conforme o magistrado, a materialidade do crime está devidamente comprovada pelos laudos e o trio deve ser mantido preso preventivamente.
O crime - O casal foi morto, esquartejado e queimado, antes de ser deixado às margens da BR-262, no dia 16 de agosto, em Campo Grande. No dia 15 de fevereiro, duas mulheres de 31 e 35 anos foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido pelo crime. Os três foram detidos por policiais civis em Ribas do Rio Pardo, cidade a 98 quilômetros da Capital.
Em 16 de fevereiro, um mês depois do crime, a polícia encontrou pedaços de ossos que poderiam ser das vítimas. Uma mão foi encontrada junto com restos mortais às margens da BR-163, na região do Condomínio Residencial Damha.
Investigação - A DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio) conseguiu traçar os últimos passos de Pedro por meio da tornozeleira eletrônica que usava, já que respondia por vários crimes. Com isso, a polícia chegou até mãe e filho, que foram presos após a polícia encontrar ameaças contra as vítimas em áudios enviados por celular.
No entanto, foram libertados após a DEH confirmar que eles não tinham envolvimento no homicídio. A investigação continuou até a equipe chegar à Ana Carla, Grasieli, Alexandre e o adolescente. Alexandre chegou a negar o crime, mas o menor de idade confirma que todos tiveram envolvimento na morte do casal, o que também foi comprovado durante a investigação.
Histórico - Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas. Conforme apurado pela reportagem, o relacionamento foi marcado pelo vício em drogas e por prisões do homem.
Pedro somava vários “pequenos crimes”, como ameaças, furtos, roubos, porte ilegal de arma, além de um homicídio. Tinha também uma condenação de 7 anos e nove meses pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, consequência de processo de 1998. Esse histórico de envolvimento dos dois com o tráfico de drogas, segundo o relato dos próprios parentes, os levaram a cometer pequenos furtos para manter o vício.
Eles levavam eletrodomésticos da casa para comprar drogas e os crimes sempre acabavam em discussão. Em uma das brigas deles, Pedro ameaçou comprar uma arma e matar os irmãos da sogra. Então, a mulher de 57 anos, mãe da Priscila, chegou a procurar a polícia para denunciar que vinha sofrendo constantemente com os crimes dentro de casa.