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Capital

MP pede que trio acusado de esquartejar e queimar casal vá a júri

Crime aconteceu em agosto de 2021 e foi descrito como brutal, incomum e com um sofrimento desnecessário

Ana Paula Chuva | 09/11/2022 12:55
Priscila e Pedro foram casados por 12 anos. Eles morreram em agosto do ano passado. (Foto: Redes Sociais)
Priscila e Pedro foram casados por 12 anos. Eles morreram em agosto do ano passado. (Foto: Redes Sociais)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu que o trio, acusado de esquartejar e queimar Priscilla Gonçalves Alves e Pedro Vilha Alta, seja levado a júri. O crime aconteceu em agosto de 2021 e as alegações finais do órgão foram protocoladas na semana passada.

Na pronúncia, o promotor de Justiça, José Arturo Iunes Bobadilla Garcia, afirma que há elementos suficientes para comprovar a materialidade e os indícios de autoria do crime, por isso pede que Ana Carla Pereira de Oliveira, Grasieli Felix Ferreira e Alexandre de Oliveira Gimenes sejam submetidos a júri popular.

“Restaram suficientemente demonstrados a materialidade e os indícios de autoria acusados, e impõe-se ao presente caso a decisão de pronúncia, para que os acusados sejam julgados em plenário, de modo que a matéria seja submetida à apreciação do Conselho de Sentença”, pontuou Garcia.

O trio foi denunciado pelo crime em março deste ano, a morte do casal foi descrita como brutal, incomum e com um sofrimento desnecessário. Atualmente os acusados pelo duplo homicídio qualificado estão presos.

Corpo foi encontrado carbonizado em área de mata. (Foto: Arquivo | Campo Grande News)
Corpo foi encontrado carbonizado em área de mata. (Foto: Arquivo | Campo Grande News)

O crime - O casal foi morto, esquartejado e queimado, antes de ser deixado às margens da BR-262, no dia 16 de agosto, em Campo Grande. No dia 15 de fevereiro, duas mulheres de 31 e 35 anos foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido pelo crime. Os três foram detidos por policiais civis em Ribas do Rio Pardo, cidade a 98 quilômetros de Campo Grande.

Em 16 de fevereiro, um mês depois do crime, a polícia encontrou pedaços de ossos que poderiam ser das vítimas. Uma mão foi encontrada junto com restos mortais às margens da BR-163, na região do Condomínio Residencial Damha.

Investigação - A DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), conseguiu traçar os últimos passos de Pedro através da tornozeleira eletrônica que usava, já que respondia por vários crimes.

Com isso, a polícia chegou até mãe e filho, que foram presos após a polícia encontrar ameaças contra as vítimas em áudios enviados por celular. No entanto, foram libertados após a DEH confirmar que eles não tinham envolvimento com o crime.

A investigação continuou até a DEH chegar a Ana Carla, Grasieli, Alexandre e o adolescente. Alexandre nega o crime, mas o menor de idade confirma que todos tiveram envolvimento na morte do casal, o que também foi comprovado durante a investigação.

Partes dos ossos do casal encontrados pela equipe da DEH. (Foto: Divulgação)
Partes dos ossos do casal encontrados pela equipe da DEH. (Foto: Divulgação)

Histórico - Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas. Conforme apurado pela reportagem, o relacionamento foi marcado pelo vício em drogas e por prisões do homem.

Pedro somava vários “pequenos crimes”, como ameaças, furtos, roubos, porte ilegal de arma, além de um homicídio. Tinha também uma condenação de 7 anos e nove meses pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, consequência de processo de 1998.

Esse histórico de envolvimento dos dois com o tráfico de drogas, segundo o relato dos próprios parentes, os levaram a cometer pequenos furtos para manter o vício. Eles levavam eletrodomésticos da casa para comprar drogas e os crimes sempre acabavam em discussão.

Em uma das brigas deles, Pedro ameaçou comprar uma arma e matar os irmãos da sogra. Então, a mulher de 57 anos, mãe da Priscila, chegou a procurar a polícia para denunciar que vinha sofrendo constantemente com os crimes dentro de casa.

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