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Capital

Mulher foi espancada até depois de morta e marido implorou pela vida

Crime ocorreu em agosto do ano passado e três pessoas foram denunciadas pelo MPMS

Dayene Paz | 24/03/2022 09:55
Corpo foi encontrado carbonizado em área de mata. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)  
Corpo foi encontrado carbonizado em área de mata. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)  

Vizinhos chegaram a ouvir gritos de socorro da residência do Bairro Vivendas do Parque, em Campo Grande, onde Pedro Vilha Alta Torres, 45 anos, e Priscila Gonçalves Alves, de 38, foram esquartejados, em agosto do ano passado. A mulher foi espancada até depois de morta. Três pessoas estão presas e foram denunciadas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que definiu o crime como "brutalidade incomum".

O casal foi morto, esquartejado e queimado, antes de ser deixado às margens da BR-262, no dia 16 de agosto do ano passado, em Campo Grande. No dia 15 de fevereiro deste ano, duas mulheres de 31 e 35 anos foram presas e um adolescente de 17 anos apreendido pelo crime. Os três foram detidos por policiais civis em Ribas do Rio Pardo, cidade a 98 quilômetros da Capital.

Vingança seria o motivo do assassinato, pois o casal era usuário de drogas e estava sendo acusado de cometer furtos na região. A ideia dos envolvidos era matar, "picotar" o corpo dos dois e depois espalhar pela cidade, mas tudo isso daria muito trabalho, então, decidiram queimar as partes.

Priscila e Pedro foram casados por 12 anos. Eles morreram em agosto do ano passado. (Foto: Redes Sociais)
Priscila e Pedro foram casados por 12 anos. Eles morreram em agosto do ano passado. (Foto: Redes Sociais)

Após ser detido, o menor de idade confessou a participação no crime e informou que a motivação seria, de fato, por furtos que o casal estava cometendo no bairro. Segundo ele, acreditou que só seria dada uma "lição" nas vítimas, mas ficou sabendo da morte após ler reportagens.

O adolescente contou que foi até a casa onde ocorreu o crime. Segundo ele, apenas Pedro seria levado, mas como Priscila estava junto, também foi levada ao local. O rapaz contou para a polícia que Pedro implorou para não ser morto e Priscila foi espancada pelas duas mulheres até depois de não apresentar mais sinais de vida.

No entanto, o adolescente afirma que foi embora nesse momento e não viu o que os outros suspeitos fizeram com as vítimas.

Vizinhos chegaram a ouvir gritos de socorro e latidos de cachorros. Testemunhas também relataram terem ouvidos fogos de artifício vindos da residência. Ana Carla Pereira de Oliveira, de 31 anos, Grasieli Felix Ferreira, de 35, e Alexandre de Oliveira Gimenes, de 32 anos, foram apontados como autores. Depois de matar o casal, resolveram esquartejar e queimar.

Para o Ministério Público, os acusados agiram "causando sofrimento desnecessário e uma brutalidade incomum" com as vítimas. Ana Carla, Grasieli Felix e Alexande de Oliveira estão presos e foram denunciados pelo crime.

Investigação - A DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), conseguiu traçar os últimos passos de Pedro através da tornozeleira eletrônica que usava, já que respondia por vários crimes.

Com isso, a polícia chegou até mãe e filho, que foram presos após a polícia encontrar ameaças contra as vítimas em áudios enviados por celular. No entanto, foram libertados após a DEH confirmar que eles não tinham envolvimento com o crime.

A investigação continuou até a DEH chegar a Ana Carla, Gasieli, Alexandre e o adolescente. Alexandre nega o crime, mas o menor de idade confirma que todos tiveram envolvimento na morte do casal, o que também foi comprovado durante a investigação.

Histórico - Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas. Conforme apurado pela reportagem, o relacionamento foi marcado pelo vício em drogas e por prisões do homem.

Pedro somava vários “pequenos crimes”, como ameaças, furtos, roubos, porte ilegal de arma, além de um homicídio. Tinha também uma condenação de 7 anos e nove meses pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, consequência de processo de 1998.

Esse histórico de envolvimento dos dois com o tráfico de drogas, segundo o relato dos próprios parentes, os levaram a cometer pequenos furtos para manter o vício. Eles levavam eletrodomésticos da casa para comprar drogas e os crimes sempre acabavam em discussão.

Em uma das brigas deles, Pedro ameaçou comprar uma arma e matar os irmãos da sogra. Então, a mulher de 57 anos, mãe da Priscila, chegou a procurar a polícia para denunciar que vinha sofrendo constantemente com os crimes dentro de casa.

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