Justiça decreta prisão de mais dois engenheiros; são 10 presos por desvio
Além de renovar por mais cinco dias a prisão temporária dos envolvidos no suposto esquema de desvio de recursos nas obras de conservação de uma estrada na região pantaneira (a MS-171), nesta sexta-feira (13), o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou a prisão de mais dois funcionários da Agesul - os engenheiros João Afif Jorge, de Campo Grande, e Donizete Rodrigues da Silveira, de Jardim. João Afif também já foi proprietário de uma empresa que fazia serviço de tapa-buraco em Campo Grande.
Com esta decisão, sobe para 10 o número de prisões determinadas hoje pela Justiça a pedido do Ministério Público. Eles devem prestar depoimento sobre o caso. Quem não teve a prisão temporária renovada e deve ser colocado em liberdade neste sábado é o engenheiro Átila Garcia Gomes, chefe regional da Agesul em Rio Negro.
O advogado do ex-deputado Edson Giroto, José Valeriano, diz que já estuda um recurso para tentar revogar a nova prisão temporária decretada nesta noite pelo juiz Carlos Alberto Garcete. Giroto, assim como os demais investigados, esperava ser colocado em liberdade neste final de semana, com o fim do prazo de cinco dias da prisão decretada no último dia 10.
Além dele, continuarão presos, para prestar depoimento, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da empreiteira responsável pela obra (Proteco), sua secretária e sócia, Elza Cristina Araujo dos Santos (em prisão domiciliar por tem gravidez de risco), a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, e mais três engenheiros.
Lama Asfáltica - As prisões são decorrentes da investigação conduzida pelo MPE que faz devassa nos contratos de obras do Governo estadual. Conforme a auditoria realizada pela Secetaria de Obras, em três obras de conservação de estradas estaduais na região pantaneira, o prejuízo teria somado R$ 11,8 milhões. Na MS-228, trecho Entroncamento MS/427-Fazenda Imaculada, um contrato foi cumprido, mas em três quilômetros o revestimento primário ficou com pouca espessura e a qualidade do material discutível.
Já o segundo contrato, que previa a recuperação de 42 km, o serviço só foi feito em 23,2 km, mas houve o pagamento de R$ 5.014.900,8, quando o correto seria pagar R$ 2.052.764,80, resultando numa diferença de R$ 2.962.136,00 pagos indevidamente.
Na MS-171 ,entre a BR-262 e o km 90 em Aquidauana, a planilha inicial previa 90 quilômetros de cascalhamento , mas só e foram encontrados aproximadamente 63,2 km. A empreiteira recebeu R$ 4.541.457,94, mais só executou serviços que custaram R$ 1.877.473,38, ou seja, foram pagos indevidamente R$ 2.663.984,56.
Na MS-184, onde a planilha inicial previa 50 km de cascalhamento, só foram feitos 35,2 km . Pagou-se e R$ 7.801.935,44, mas só houve execução de R$ 1.530.036,22. Isto gerou uma diferença de R$ 6.271.899,22, valor pago indevidamente.