Justiça mantém presa mãe de criança morta após estupro
Assassino também foi preso e passa por audiência entre esta terça e quarta-feira
A Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a prisão de uma mulher, de 39 anos, por abandono de incapaz. Ela é mãe da criança, de 11 anos, estuprada e assassinada por Maykon Araújo Pereira, 31 anos, ao ser encontrada sozinha em casa, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. O crime ocorreu na noite de domingo (11) e Maykon foi preso na tarde desta segunda-feira (12).
A mulher encontrou a filha caída na cozinha da casa, com sinais de espancamento e estupro. O socorro foi acionado, mas a criança já estava morta. Ela foi presa por abandonar os três filhos menores, passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira (13).
Entenda - Vizinhos contaram que a mãe se prostituía e atendia clientes na casa. Ela já teria sido alertada da gravidade da situação, mas continuava recebendo os homens na residência. Maykon Araújo era um deles.
A mãe da menina admitiu para a polícia que se prostituía, mas negou que atendesse clientes em casa. Também confirmou que o corredor e os fundos da casa eram usados como biqueira, para consumo de drogas, mas também negou que fazia uso de entorpecentes.
Na data do crime, ela passou a tarde em um bar e foi para casa com um homem que conheceu no estabelecimento para os dois “ficarem juntos”. Quando chegou, encontrou a porta da frente trancada com o cadeado para fora, mas a porta dos fundos entreaberta. Para fechar o acesso, a mãe usava uma máquina de lavar como peso. Foi por lá que Maykon entrou e cometeu o crime.
Quando entrou, viu filha caída na cozinha, sobre uma poça de sangue e com o rosto muito machucado. A criança estava com o vestido levantado até a cintura e sem calcinha. Desesperada, ela começou a gritar que a filha havia sido estuprada e assassinada. Vizinhos ajudaram a chamar o socorro. Contudo, a vítima já estava morta.
Preso - Maykon confessou ter assassinado menina de 11 anos depois que "bebeu demais". Disse que não sabe o que aconteceu, negando que tinha estuprado a menina e que “apenas passou a mão” na criança. “Não sou esse monstro. Peço perdão a Deus”, disse em interrogatório.
O assassino confesso contou que saiu de casa por volta das 11h30 de domingo e foi para bar. No caminho, teria se encontrado com a mãe da vítima, que o convidou para ir até a casa dela “mais tarde”. Ele era cliente da mãe da criança e afirma que pagou para fazer programas sexuais com ela por seis vezes.
Contou ainda que já havia ido até a casa da mãe da menina em outra ocasião para usar drogas e disse que conhecia a garotinha porque sempre que chegava à residência, ela saía com os irmãos para que a mãe pudesse fazer sexo com ele.
Durante interrogatório, disse não se lembrar que horas chegou à casa onde cometeu o crime. Havia bebido muito e decidiu entrar pelos fundos do imóvel, porque “a porta estava aberta”. Narra que a criança se assustou e começou a gritar. Segundo ele, por isso, deu um soco no rosto da menina, ela caiu e continuou gritando. “Bati nela”, descreve.
Maykon nega que tenha usado algum objeto para machucar a garota. “Não sei o que passou pela minha cabeça para colocar a mão nela”, disse afirmando que violentou a criança “só na parte da frente”. Contudo, testemunhas afirmam que o rosto da criança estava irreconhecível após a agressão.
O acusado disse que trabalha como serígrafo (na área da construção civil), que acorda todos os dias às 5h e justificou que lavou as roupas que usava quando matou a garotinha porque precisava usá-las para trabalhar. Disse que as roupas estavam sujas de barro e que se molhou durante chuva. Ele autorizou a coleta de seu material genético para colaborar com a investigação.
Maykon continua preso e deve passar por audiência de custódia entre esta terça e quarta-feira (14).