ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Justiça mantém presa mãe de criança morta após estupro

Assassino também foi preso e passa por audiência entre esta terça e quarta-feira

Dayene Paz | 13/12/2022 10:25
Mãe da menina prestou depoimento na Deam e segue presa. (Foto: Henrique Kawaminami)  
Mãe da menina prestou depoimento na Deam e segue presa. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a prisão de uma mulher, de 39 anos, por abandono de incapaz. Ela é mãe da criança, de 11 anos, estuprada e assassinada por Maykon Araújo Pereira, 31 anos, ao ser encontrada sozinha em casa, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. O crime ocorreu na noite de domingo (11) e Maykon foi preso na tarde desta segunda-feira (12).

A mulher encontrou a filha caída na cozinha da casa, com sinais de espancamento e estupro. O socorro foi acionado, mas a criança já estava morta. Ela foi presa por abandonar os três filhos menores, passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira (13).

Entenda - Vizinhos contaram que a mãe se prostituía e atendia clientes na casa. Ela já teria sido alertada da gravidade da situação, mas continuava recebendo os homens na residência. Maykon Araújo era um deles.

A mãe da menina admitiu para a polícia que se prostituía, mas negou que atendesse clientes em casa. Também confirmou que o corredor e os fundos da casa eram usados como biqueira, para consumo de drogas, mas também negou que fazia uso de entorpecentes.

Na data do crime, ela passou a tarde em um bar e foi para casa com um homem que conheceu no estabelecimento para os dois “ficarem juntos”. Quando chegou, encontrou a porta da frente trancada com o cadeado para fora, mas a porta dos fundos entreaberta. Para fechar o acesso, a mãe usava uma máquina de lavar como peso. Foi por lá que Maykon entrou e cometeu o crime.

Quando entrou, viu filha caída na cozinha, sobre uma poça de sangue e com o rosto muito machucado. A criança estava com o vestido levantado até a cintura e sem calcinha. Desesperada, ela começou a gritar que a filha havia sido estuprada e assassinada. Vizinhos ajudaram a chamar o socorro. Contudo, a vítima já estava morta.

Preso - Maykon confessou ter assassinado menina de 11 anos depois que "bebeu demais". Disse que não sabe o que aconteceu, negando que tinha estuprado a menina e que “apenas passou a mão” na criança. “Não sou esse monstro. Peço perdão a Deus”, disse em interrogatório.

Maykon, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado na tarde desta segunda-feira. (Foto: Paulo Francis)
Maykon, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado na tarde desta segunda-feira. (Foto: Paulo Francis)

O assassino confesso contou que saiu de casa por volta das 11h30 de domingo e foi para bar. No caminho, teria se encontrado com a mãe da vítima, que o convidou para ir até a casa dela “mais tarde”. Ele era cliente da mãe da criança e afirma que pagou para fazer programas sexuais com ela por seis vezes.

Contou ainda que já havia ido até a casa da mãe da menina em outra ocasião para usar drogas e disse que conhecia a garotinha porque sempre que chegava à residência, ela saía com os irmãos para que a mãe pudesse fazer sexo com ele.

Durante interrogatório, disse não se lembrar que horas chegou à casa onde cometeu o crime. Havia bebido muito e decidiu entrar pelos fundos do imóvel, porque “a porta estava aberta”. Narra que a criança se assustou e começou a gritar. Segundo ele, por isso, deu um soco no rosto da menina, ela caiu e continuou gritando. “Bati nela”, descreve.

Maykon nega que tenha usado algum objeto para machucar a garota. “Não sei o que passou pela minha cabeça para colocar a mão nela”, disse afirmando que violentou a criança “só na parte da frente”. Contudo, testemunhas afirmam que o rosto da criança estava irreconhecível após a agressão.

O acusado disse que trabalha como serígrafo (na área da construção civil), que acorda todos os dias às 5h e justificou que lavou as roupas que usava quando matou a garotinha porque precisava usá-las para trabalhar. Disse que as roupas estavam sujas de barro e que se molhou durante chuva. Ele autorizou a coleta de seu material genético para colaborar com a investigação.

Maykon continua preso e deve passar por audiência de custódia entre esta terça e quarta-feira (14).

Nos siga no Google Notícias