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Capital

Justiça Militar ouve oficiais presos na operação Oiketicus

Apontados como líderes do esquema, Admilson Cristaldo, Luciano Espindola da Silva e Oscar Leite Ribeiro, prestam depoimento nesta tarde

Geisy Garnes e Liniker Ribeiro | 27/09/2018 15:47
Tenente-coronel Admilson Cristaldo durante ações do Gaeco (Foto: Fernando Antunes)
Tenente-coronel Admilson Cristaldo durante ações do Gaeco (Foto: Fernando Antunes)

São ouvidos na tarde desta quinta-feira (27) os três oficiais da Polícia Militar presos durante o Operação Oiketicus, que investiga pagamento de propina pela Máfia do Cigarro para a livre circulação dos produtos contrabandeados do Paraguai. Em clima de sigilo, o trio presta depoimento na sala da auditoria militar, no fórum de Campo Grande.

A audiência começou às 13h45 com a presença dos três oficiais: o tenente-coronel Admilson Cristaldo, o tenente-coronel Luciano Espindola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro. Nesta tarde, o trio será ouvido pelo juiz Alexandre Antunes e quatro juízes militares, integrantes do quadro de oficiais da Corporação.

Os oficiais estão presos desde o dia 16 de maio, quando foram alvos da operação Oiketicus, responsável por investigar pagamento de propina pela Máfia do Cigarro para a livre circulação dos produtos contrabandeados do Paraguai. Hoje eles são réus do processo por corrupção passiva e organização criminosa. Cristaldo e Oscar ainda respondem por lavagem de dinheiro.

A imprensa não foi autorizada a acompanhar os depoimentos.

Entenda - Com as investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) 28 policiais militares viraram réus por corrupção passiva e organização criminosa.

O grupo, segundo a promotoria, tinha uma estrutura piramidal e funcionava em núcleos. Eles agiam na região de Bela Vista, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Jardim, incluindo unidades no distritos de Alto Caracol e Boqueirão. O esquema também abrangia as cidades de Dourados, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Iguatemi, Japorã e Eldorado.

O processo foi desmembrado em quatro ações penais: uma para oficiais, uma segunda para aposentados, e as outras duas conforme os núcleos apontados na denúncia.

No topo estavam os policiais militares com patentes mais elevadas. Eram eles que desfrutavam dos maiores valores de propina. Cristaldo, Oscar e Luciano são apontados como os “cabeças do esquema”.

O MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), cujo um dos braços é o Gaeco, traça um cenário de ostentação para Admilson Cristaldo Barbosa, que comandava a PM em Jardim. Entre 2015 e 2018, são relacionadas viagens (R$ 8 mil por duas noites no Hotel Pestana Rio Atlântica Copacabana, no Rio de Janeiro), tour de motocicleta por seis países, compras na Prada Brasil, banheira de R$ 28 mil e whisky de R$ 1.490.

O tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva, que era o comandante da 1ª Companhia de Bonito. Oscar Leite Ribeiro era sub-comandante e chefiava a companhia em Bela Vista.
A lista dos 28 nomes é formada por Admilson Cristaldo Barbosa, Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelucio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goes Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira.

Além de Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Luciano Espindola da Silva, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Oscar Leite Ribeiro, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.

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