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Capital

Lesionado após impedir invasão de casa, vigilante reclama de INSS "desumano"

Ele enfrenta demora para agendar exame, fisioterapia e receber auxílio do órgão em Campo Grande

Cassia Modena | 25/07/2023 11:12
Diego mostra resultado de ressonância, que fez na rede particular (Foto: Alex Machado)
Diego mostra resultado de ressonância, que fez na rede particular (Foto: Alex Machado)

Os tendões do ombro direito do vigilante patrimonial Diego Cirilo Alves, 34, estão enrijecendo enquanto espera agendar sessões emergenciais de fisioterapia pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Ele lesionou essa parte do corpo em abril deste ano, após impedir que um homem invadisse a casa onde vive com a esposa e dois filhos pequenos no Bairro Buriti, em Campo Grande.

O ortopedista que o acompanha explicou que tanto tempo de espera põe em xeque a recuperação dos movimentos e a possibilidade de viver sem dor. Já são quase quatro meses sem o atendimento que pode evitar problemas irreversíveis.

Além disso, Diego teve que recorrer ao sogro para pagar uma ressonância magnética do ombro na rede particular e, então, ter toda a documentação necessária para pedir afastamento do emprego e auxílio por incapacidade temporária via INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). A análise do órgão federal também exige paciência.

Invasor foi imobilizado por Diego em frente ao portão verde (Foto: Paulo Francis)
Invasor foi imobilizado por Diego em frente ao portão verde (Foto: Paulo Francis)
As conclusões da ressonância (Foto: Alex Machado)
As conclusões da ressonância (Foto: Alex Machado)

"Desumano" - O vigilante é destro e está impedido de trabalhar devido à imobilidade parcial do ombro e do braço direito. Ele se revolta com a demora do SUS e do INSS. Ele ainda possui vínculo com a empresa de vigilância, mas sem receber salários devido ao período prolongado de afastamento. "E nem previsão de voltar. Meu chefe teve que contratar outra pessoa para assumir minhas atividades", conta.

É também o sogro quem está ajudando a família a ter o que comer e pagar as contas, já que a esposa não trabalha por ter que cuidar dos filhos, um deles diagnosticado com autismo severo. Diego afirma dever R$ 6 mil em faturas de cartões de crédito ao pai da mulher.

"Esse órgão [o INSS] é desumano. Retira contribuição dos nossos salários todos os meses, mas demora ou nega benefício quando precisamos. Só quero ter meus direitos de cidadão", desabafa. A solicitação feita ao INSS pela empresa que o vigilante trabalha, em 26 de abril, só foi respondida na quarta-feira passada (19), solicitando que realizasse perícia presencial.

Programa nacional - Na semana passada, portaria publicada pelo instituto estabeleceu que ele irá conceder auxílio por incapacidade temporária sem pedir perícia médica, apenas considerando a documentação enviada por quem solicitar.

Fila em frente à agência do INSS em Campo Grande, há um ano (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Fila em frente à agência do INSS em Campo Grande, há um ano (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

 A medida citada acima faz parte do programa de enfrentamento à fila de benefícios previdenciários. Ela também inclui pagamento de bônus de R$ 68 e R$ 75 a servidores administrativos e peritos.

Sesau e INSS - À reportagem, a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que não há pedido em aberto para realização de ressonância magnética em nome de Diego na rede pública. Quanto às sessões de fisioterapia, a pasta informou que o nome do paciente está na fila e aguarda disponibilidade de vaga.

Em relação ao atendimento em fisioterapia em Campo Grande, a Sesau admitiu estar "em tratativa com os hospitais e clínicas para tentar ampliar a oferta de vagas a fim de dar mais celeridade no atendimento destas demandas". O Campo Grande News falou dos motivos que levam a lista de espera a ultrapassar 20 mil pessoas na Capital, aqui.

Já a assessoria do INSS não respondeu aos questionamentos enviados até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.

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