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Capital

Lição é antiga, mas população insiste em erros básicos contra mosquito

Lixo no quintal, água em vasos de planta e reservatórios inapropriados são os maiores equívocos apontados por agentes de saúde

Flávia Lima | 23/01/2016 08:55
Material plástico jogado no fundo dos quintais ainda é um dos principais problemas encontrados pelos agentes. (Foto:Fernando Antunes)
Material plástico jogado no fundo dos quintais ainda é um dos principais problemas encontrados pelos agentes. (Foto:Fernando Antunes)

A forma mais eficaz de se combater a dengue é evitando o surgimento de focos do mosquito Aedes aegypti, o que significa não permitir o acúmulo de água em recipientes de qualquer espécie. Essa é a principal orientação repassada pelos agentes de saúde aos moradores durante as visitas domiciliares, mas muita gente insiste em não acatá-la, mesmo com Campo Grande vivendo uma nova epidemia de dengue, doença transmitida pelo inseto.

Entre os principais objetos que devem ser alvo de cuidado das famílias estão latas, embalagens e copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, garrafas, caixas d'água, tambores e sacos plásticos, principalmente se estiverem armazenados em área externa das residências.

No entanto, apesar do cenário de epidemia e de campanhas de conscientização, ainda é comum encontrar famílias desatentas a esses cuidados básicos. Segundo agentes de saúde, não evitar a utilização de pratos embaixo de vasos de plantas, bem como o armazenamento de materiais de construção e embalagens plásticas nos quintais, estão entre os principais problemas detectados pelos agentes durante as visitas domiciliares.  

Lição é antiga, mas população insiste em erros básicos contra mosquito

Quanto aos pratos com areia, a agente de saúde Chrystilaine Castro diz que eles se tornam perigosos à medida que a areia vai escorrendo junto com a água. "Precisa ter um cuidado diário para que não fique só a água, por isso não aconselho essa prática", explica.

Outro hábito também pontuado pelos agentes de saúde, é a prática de guardar água da chuva em tambores e tonéis para utilizar na limpeza dos quintais ou até mesmo lavar roupa.

Esta foi uma realidade constatada pela agente comunitária Inês Ribeiro, durante mutirão no Bairro Lageado. Ela conta que em diversas casas precisou orientar sobre os riscos da prática, pedindo ao morador que esvaziasse o tambor.

Essa situação também foi observada no Bairro Paulo Coelho Machado nesta quinta-feira (21), onde Chrystilaine atua. "A população, em geral, não tem esse olhar apurado para analisar as situações em que a larva pode se desenvolver, por isso recomendo não acumular água de forma alguma", ressalta.

"A questão dos tambores é séria, por isso é importante a pessoa saber que é um risco a mais que ela está correndo dentro de sua própria casa", diz.

A agente explica que os rápidos minutos em que a pessoa retira a tampa do tambor para utilizar a água, já é o suficiente para o mosquito depositar os ovos. "Às vezes o morador não reconhece as larvas e continua utilizando essa água", destaca Chrystilaine.

Outro objeto que representa problema são os pneus velhos deixados no quintal. A agente diz que em uma das casas que visitou a limpeza estava impecável na área externa, porém havia um pneu de bicicleta pendurado no portão, com focos do mosquito. "A moradora ficou surpresa e até sem graça porque a gente via que ela era cuidadosa", afirma. t

Já as caixas d'água descobertas não tem representando mais tanto perigo, de acordo com a agente. Na região em que atua, ela pontua que os moradores tem se atentado a essa questão e são poucas as residências que ela detecta a falta de tampas.

No entanto, Chrystilaine ainda observa muitas calhas entupidas, o que dificulta o escoamento da água. "É preciso ficar atento principalmente se as calhas estão próximas de árvores, pois as folhas acabam provocando o entupimento", adverte.

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