“Lorde”, “atleta”, “carinhoso”: familiares definem dentista vítima da covid-19
Morte do odontólogo foi a décima em decorrência do novo coronavírus no Estado
A notícia da morte do dentista Patrocínio Magno Portocarrero Naveira, 74 anos, surpreendeu o primo, Marcio Portocarrero, ex-secretário estadual de Produção, Agricultura, Indústria e Comércio. “Era um cara saudável, atleta, fazia tudo certo. Ele é a prova de que esse negócio [o novo coronavírus] não veio para brincar”, definiu.
Portocarrero Naveira morreu na madrugada deste domingo (3), às 4h05min, após 41 dias internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Unimed, em Campo Grande.
“Era um cara bastante ativo, fazia esportes, muito bem relacionado. Uma pena. A gente espera que alguma lição fique para quem não respeita quarentena, o uso de máscara”, completa o primo.
A escritora Raquel Naveira, cunhada de Magno, postou homenagem. O marido dela, Adhemar Naveira, é irmão do dentista vítima da covid-19. "Hoje faleceu o nosso irmão, cunhado, amigo, tio maravilhoso de nossos filhos. Agradecemos a Deus o tempo de convivência com ele. Que o Espírito Santo conforte o coração da Laís e de toda família".
“O conheci em 1998, com sua conversa doce e mineira de ser, sempre muito cuidadoso, carinhoso”, escreveu.
Durante transmissão ao vivo dos dados do boletim diário de casos de novo coronavírus, nesta manhã, a secretária-adjunta de Estado de Saúde (SES), Crhistinne Maymone, também comentou sobre o dentista.
“Tive oportunidade de trabalhar com ele. Reconheço a importância dele na Saúde Pública e Odontologia. Uma perda lamentável”, destacou.
Quadro - Naveira era hipertenso e diabético, segundo informou o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, em transmissão ao vivo nesta manhã. Familiares, porém, negam estas comorbidades crônicas.
Ele também foi diagnosticado com câncer no fim de 2017, conforme laudo anexado em processo judicial ao qual a reportagem teve acesso.
Segundo investigou a SES (Secretaria de Estado de Saúde), ele não teve contato identificado com pessoa contaminada pelo novo coronavírus, tampouco histórico de viagem.
O dentista foi hospitalizado com febre, tosse e dor de garganta. Depois, o quadro evoluiu para insuficiência respiratória. Ele passou quase 40 dias internado e deixa a esposa, que também foi contaminada, mas se recuperou. O casal não tinha filhos.