Mãe de adolescente que praticou aborto e enfermeira são presas
A mãe da adolescente de 17 anos, suspeita de ter obrigado a filha a abortar e enterrar o feto de cinco meses no quintal da casa onde moram, no Bairro Guanandi, região sul de Campo Grande, foi presa durante a Operação Herodes, contra aborto clandestino, deflagrada nesta manhã desta terça-feira (16), pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).
Conforme a delegada Aline Sinnott, titular da Deaij, além da mãe, mais duas pessoas foram presas, sendo um delas envolvida diretamente no aborto e a outra, uma enfermeira, por ter fornecido o medicamento abortivo.
A adolescente também foi encaminhada à delegacia para prestar esclarecimentos. As investigações apontaram que a garota foi forçada a fazer o aborto. “Durante operação também foram apreendidos objetos que podem ter ligação com o caso”, diz a delegada.
As ordens judiciais foram emitidas pela 1ª Vara do Tribunal do Júri. Vários objetos, como celulares e computadores, foram apreendidos durante a operação. Mais detalhes sobre o caso serão divulgadas em coletiva de imprensa no período da tarde. No total, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária.
O nome da operação se refere ao personagem bíblico, o rei Herodes, que governava a Judeia na época em que Jesus nasceu, e que mandou matar todos os meninos de até dois anos, na cidade de Belém e região.
O caso - Na ocasião, a mãe da adolescente, disse que sua vida havia virado um inferno da noite para o dia depois que o caso foi denunciado à polícia. O feto foi encontrado dentro de uma caixa de papelão, com flores e um rosário dentro.
Na época, a mulher contou ainda que não sabia da gravidez da filha, pois a menina não tinha barriga. Ela afirmou que a adolescente fazia tratamento para acne com dermatologista e tomava isotretinoína, medicamento forte e contraindicado para gestantes, porque pode deformar o feto.